8 de maio de 2012

Os fatores que influenciam no valor das mercadorias e a esdrúxula teoria marxista

Quais são os fatores que influenciam na formação do valor de uma mercadoria para troca ?
Os fatores são variados e entrelaçados, vamos comentar a seguir os principais.

Necessidade

Suponhamos que um copo de água em condições estáveis de mercado vale 1 real.
Porém, uma pessoa com muita sede em condições de escassez de água ficará feliz em pagar 3 reais pelo mesmo copo de água.
A pessoa dá um valor alto para a mercadoria porque necessita muito dela.
Para um segundo copo de água, com a sede já saciada em parte, essa pessoa não mais pagará 3 reais pelo copo, mas, poderá pagar 2 reais.
O terceiro copo será comprado por menos valor, 1 real talvez.
Dai em diante a pessoa não aceitará o copo de água nem de graça, pois não necessita mais de água.

Raridade

Por que o pão que é uma mercadoria tão importante para o ser humano vale menos que o brilhante ?
A resposta é porque o pão é uma mercadoria fácil de se obter e o brilhante não.
A raridade de uma mercadoria apreciada pelos seres humanos aumenta o valor dessa mercadoria.

Tempo

Um fabricante de vinhos no ano de 1960 fez duas garrafas de vinho exatamente iguais e as guardou na prateleira da adega.
Vinte anos depois, em 1980, ele pegou uma das garrafas e a vendeu por 100 reais.
Vinte anos depois, em 2000, o fabricante já havia falecido, mas, seu filho foi na adega e pegou a garrafa restante e a vendeu por 200 reais.
Por que existe essa diferença de valores entre dois vinhos que foram produzidos com a mesma quantidade de trabalho e com os mesmos ingredientes?
Essa diferença existe porque um mesmo vinho de 40 anos tem mais valor (é mais caro) que um de 20 anos.
A passagem do tempo acrescentou valor ao vinho.
O mesmo trabalho foi despendido para fazer o vinho das garrafas, porém, devido ao melhor sabor que os vinhos adquirem com o passar do tempo isso acrescentou valor ao mais velho.

Natureza

Os diversos tipos de carne de uma mesma vaca possuem valores diferentes.
Um quilo de picanha, apesar de ter tido o mesmo trabalho despendido pelo criador para gerar um quilo de acém, tem valor bem maior que o acém.
A picanha tem mais valor que o acém porque a natureza a fez com um sabor mais apetitoso para o gosto dos seres humanos, por isso os humanos dão maior valor a ela do que para o acém, apesar de o trabalho para produzir ambas ser o mesmo.

Uti8lidade

Se uma pessoa tem uma maça vermelha de tamanho normal, se essa mesma pessoa não está com vontade de comer pêra, ela irá trocar a sua maçã por uma pêra grande e bonita de mesmo valor que a sua maça ?
Acreditamos que não, a pêra não teria nenhuma utilidade para ela, e ela não iria trocar seis por meia dúzia.
Porém se essa pessoa estiver com vontade de comer pêssego, e outra pessoa possuir um pêssego bonito, o possuidor da maça a trocaria pelo pêssego ?
É bem possível que sim, uma vez que ela está com vontade de comer pêssego.
A pessoa trocaria por que o pêssego, para ela, tem maior valor que a maça.

Para um ciclista com o pneu furado uma pilha de pneus de carro não tem utilidade alguma, ele não dá nenhum valor a eles no momento, mas, para apenas um pneu de bicicleta ele no momento está dando grande valor, porque lhe seria muito útil, e possivelmente pagaria até mais caro para obte-lo.

Para uma pessoa efetuar uma troca de mercadorias é necessário que ela veja utilidade na mercadoria que vai obter em troca, sem isso não existe troca.
Se a pessoa avalia a mercadoria do outro, com respeito a utilidade para ele, como tendo valor igual a mercadoria que ela possui, ela não troca.
Ninguém efetua uma troca de mercadorias se não achar que vai obter vantagem, ou seja, se não achar que, para ela, a mercadoria do outro tem mais valor do que a que ela possui.
Isso me parece algo corriqueiro que todos sabem.

Estes são os principais tipos de fatores que influem no valor de mercadorias.
Notamos então que existem duas regras fundamentais:

1. O valor de uma mercadoria é relativo, para uma pessoa é um para outra pessoa é outro, tudo depende da utilidade que a mercadoria tenha para a pessoa.

2. Ninguém troca mercadorias de mesmo valor, ninguém troca seis por meia dúzia, existe a necessidade de que a pessoa avalie a mercadoria do outro como mais valiosa para si que a sua para que exista a troca.


Vejamos agora a ideológica teoria do valor marxista

Marx em sua ignorância de como a vida econômica se processa na prática, supôs que para que exista uma troca é necessário que exista uma igualdade no valor das mercadorias a serem trocas, ou seja, M1 = M2.

Vejamos Marx falando sobre isso no O Capital, Capítulo I, A Mercadoria:

"Determinada mercadoria, 1 quarter de trigo, por exemplo, troca-se por x de graxa de sapato, ou por y de seda, ou por z de ouro etc., resumindo por outras mercadorias nas mais diferentes proporções.
Assim, o trigo possui múltiplos valores de troca em vez de um único.
Porém, sendo x de graxa, assim como y de seda ou z de ouro o valor de troca de 1 quarter de trigo, x de graxa, y de seda, z de ouro etc., têm de ter valores de troca permutáveis uns pelos outros ou iguais entre si."


Porém o que ocorre na prática econômica, como já vimos, é exatamente o oposto!

Marx disse que dinheiro também é mercadoria, pois bem, alguém trocaria uma nota de 50 reais por outra nota de 50 reais?
Não é claro.
Não trocam porque as mercadorias tem o mesmo valor e ninguém levaria vantagem.

Vejamos o que Karl Marx escreveu em O Capital sobre a origem do valor:

"Sabemos que o valor de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho materializado em seu valor-de-uso, pelo tempo de trabalho socialmente necessário a sua produção."

E também escreveu:

"6 – Valor e trabalho
....
Os preços do mercado não fazem mais que expressar a quantidade social média de trabalho, que, nas condições médias de produção, é necessária para abastecer o mercado com determinada quantidade de um certo artigo."

Karl Marx, “Valor, Preço, e Lucro”, 1865.

Já mostramos no início do texto que essa opinião de Marx é equivocada, não tem o menor fundamento.
Marx foi de falácia em falácia em O Capital distorcendo a realidade para chegar a sua conclusão que todo valor depende do trabalho.
Fez isso porque precisava disso para justificar a sua maior invenção, a mais-valia.


Condillac (1715 - 1780)

Interessante notar que no O Capital Marx coloca um texto de Condillac onde ele faz uma análise perfeita sobre o valor!
Vejamos o texto:

"Por trás das tentativas de apresentar a circulação de mercadorias como fonte de mais-valia, espreita, portanto, geralmente um qüiproqüó, uma confusão entre valor de uso e valor de troca.
Assim, por exemplo, em Condillac:

"É falso que na troca de mercadorias se troque valor igual por valor igual.
Pelo contrário.
Cada um dos contraentes sempre dá um valor menor por um valor maior. (...)
Caso se trocassem de fato sempre valores iguais, então não haveria ganho para nenhum dos contraentes mas os dois ganham ou deveriam então ganhar.
Por quê?
O valor das coisas baseia-se apenas em sua relação com nossas necessidades.
O que para um é mais, é menos para o outro, e vice-versa
. (...)
Não se pressupõe que ofereçamos à venda coisas indispensáveis ao nosso consumo.
Queremos dar uma coisa inútil para nós, a fim de conseguir uma que nos é necessária; queremos dar menos por mais. (...)
Era natural julgar que na troca se dê igual valor por valor igual, sempre que cada uma das coisas trocadas era igual em valor ao mesmo quantum de dinheiro. (...)
Mas outra consideração precisa ainda entrar no cálculo; é de se perguntar se ambos trocamos um supérfluo por algo necessário".

Vê-se como Condillac não só confunde valor de uso como valor de troca mas atribui de modo verdadeiramente infantil, a uma sociedade com produção desenvolvida de mercadorias, uma situação em que o produtor produz ele mesmo seus meios de subsistência e só joga na circulação o que excede sua própria necessidade, o supérfluo."



Fantástica visão de Condillac!

Condillac tinha alem da teoria noções práticas de economia, foi muito respeitado em sua época, fez diversos trabalhos para governos europeus, por isso tinha conhecimento teórico e prático.

Marx diante dessa verdade nua e crua, apelou para a ignorância.
Diante da verdade lógica Marx fez a argumentação típica de marxistas - apelou para a ofensa pessoal e xingamento, sem demonstrar nada e inventando absurdos desconexos, classificou Condillac como sendo "confuso" que não entende (na verdade está chamando Condillac de burro) e de "infantil".

Esse tipo de argumentação chula, grosseira, sarcástica e estúpida, Marx a usou por toda vida contra os filósofos, e os marxistas atuais são exatamente iguais - não conseguem argumentar de forma fundamentada - partem logo para ofensas pessoais.

É disso que se compõe o marxismo - ignorância, sarcasmo, violência, e a cegueira absoluta diante da realidade.


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