26 de maio de 2013

As revoluções começam com maiúsculas, continuam com minúsculas e acabam entre aspas, escreveu Ernesto Sábato. É espantoso ver ainda nos dias de hoje – quase um século após a Revolução de 1917, 24 anos após a queda do Muro de Berlim, 22 anos após o desmoronamento da União Soviética – quem ainda defenda o socialismo!


Um membro da comunidade "Marx é inquestionável?!" abriu um tópico com o seguinte tema:

PASTANDO NO CAMPUS
As revoluções começam com maiúsculas, continuam com minúsculas e acabam entre aspas, escreveu Ernesto Sábato.
É espantoso ver ainda nos dias de hoje – quase um século após a Revolução de 1917, 24 anos após a queda do Muro, 22 anos após o desmoronamento da União Soviética – quem ainda defenda o socialismo.
No entanto, aí estão. Devo ser um dos únicos jornalistas no Brasil – se não o único – que leu Panaïti Istrati, o escritor romeno de expressão francesa, que em 1928 viajou pela União Soviética com o escritor cretense Nikos Kazantzakis.
Foram de Kiev a Moscou, de Leningrado a Murmansk, através do Cáucaso e da Armênia. Ambos viam miséria por todo lado. Depois, sozinho, Kazantzakis segue da Sibéria até Vladivostok e Turquistão. O cretense, um deslumbrado que tinha como ídolos figuras tão díspares como Cristo, Lênin e Buda, dizia que não se faz omelete sem quebrar os ovos. Já Istrati, com sua desconfiança inata de camponês, dizia só ver ovos quebrados e nada de omelete.

Em 1929, Istrati publica Vers l’autre flamme, primeira denúncia do stalinismo no Ocidente. A recusa ao novo dogma é tão traumática que, tendo seu livro publicado em Paris, naquele ano, uma segunda edição só surgiria na mesma cidade em 1980. Suas Obras Completas são publicadas pela Gallimard, exceto Vers l’autre flamme, cujos originais levam Romain Rolland, seu padrinho literário em Paris, a aconselhá-lo:
“Isto será uma paulada a toda Rússia. Estas páginas são sagradas, elas devem ser consagradas nos arquivos da Revolução Eterna, em seu Livro de Ouro. Nós lhe estimamos ainda mais e lhe veneramos por tê-las escrito. Mas não as publique jamais”.
Não foram muitos os escritores a intuir que não se estava precisamente ante uma revolução, mas ante uma nova religião. Entre estes, poucos foram tão precisos na denúncia do novo dogma como Nikos Kazantzakis, que acaba abandonando sua teoria da omelete. No relato de sua peregrinação à Rússia — Voyages — Russie —, diz o cretense que pouco a pouco a luz se fazia em seu espírito. Para ele, todos os apóstolos do materialismo davam às questões respostas grosseiras, de uma evidência simplista. Como em todas as religiões, eles buscavam divulgar essas respostas, tentando torná-las compreensíveis para o povo. Kazantzakis reconhece então, na Rússia, a existência de um exército fanático, implacável, onipotente, constituído de milhões de seres, que tinha em mãos e educava como bem entendia milhões de crianças.
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Comentários:

Ideologia socialista/marxista e religião são faces da mesma moeda, de uma mesma carência humana.
Ambos almejam chegar a um local perfeito onde possam ficar, estes locais são o comunismo e o paraíso, respectivamente, ambos seriam locais onde os humanos viveriam em igualdade e felizes.

Segundo Freud, nos livros "Mal estar da civilização" e "O futuro de uma ilusão", ambos são uma ilusão.

A primeira manifestação dessa ilusão foi com Platão (427-327 AC) e a sua "cidade perfeita" descrita no seu livro "A República".
Quem falou sobre isso foi Nietzsche que de forma magistral detectou essa mudança na mente humana, que até a época de Platão era emocional e a partir dai passou a ser racional, ou talvez, uma melhor definição seria que passou a ser intelectual.

Platão foi o germe do desejo de parte dos humanos de construir uma "sociedade perfeita", essa idéia foi o embrião das religiões bondosas e caridosas, que antes da idéia idealista platônica não existiam, antes de Platão os deuses eram maus iguais aos humanos.
Platão também foi o germe das idéias socialista/comunista e do aparecimento do "intelectual" socialista, que na verdade, tal qual Platão apenas querem a supremacia política para conduzir os demais devido a sua suposta sabedoria, sabedoria essa que não possuem, alias, nada sabem da vida real.

Portanto, é importante que se frise, a ilusão existe apenas na mente dos seguidores, os mentores intelectuais, apesar da alienação, querem apenas o poder para conduzir os demais e usufruir disso

Durante 2000 anos essa ilusão ficou encubada, na sua face política, existiu apenas com o surgimento das religiões caridosas, a idéia idealista platônica, na sua face política, ressurgiu no século XVIII com o iluminismo francês de Rousseau, para quem todos os humanos nascem bons e é a sociedade que os torna maus, dai para frente surgiram os idealistas revolucionários com suas ideologias que quiseram criar a força a tal sociedade perfeita.
Foi dai que surgiram o socialismo/comunismo e o anarquismo, ideologias que querem "mudar o mundo".
Porém, como tais ideologias são uma ilusão eles jamais conseguiram nem mesmo um esboço teórico de como seriam estruturadas tais sociedades, e todas as tentativas empíricas fracassaram, uma vez que não existe um processo/método teórico para que tal sociedade seja estruturada.

Essa é a razão do porque, mesmo diante de todos os fracassos dessa ideologia ela não deixa de existir, não deixa de existir porque é uma mutação genética, o "altruísmo" revolucionário é como uma doença mental genética da qual a pessoa não consegue se livrar e nem mesmo perceber o fato.
Da mesma forma que as religiões também continuam a existir em função da ilusória esperança de um dia viver em um local perfeito onde possam viver felizes para sempre.

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