13 de dezembro de 2013

Por que a polícia prende e a justiça solta ?

 "A polícia prende e a justiça solta"

 

Esse lema popular é falso, é uma mentira que repetida milhares de vezes virou verdade.

Vamos colocar um artigo e depois fazer comentários;

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1006200709.htm

A força moral do Judiciário
CLÁUDIO JOSÉ MONTESSO

VIVEMOS UM momento particularmente preocupante na vida pública brasileira.
A preocupação não é apenas com os escândalos que se apresentam quase todas as semanas ou com a descoberta de que figuras públicas, de quem se esperava um comportamento idôneo, estão envolvidas em graves desvios de conduta.
Tudo isso nos causa indignação, revolta e constrangimento, mas, uma vez denunciados e devidamente processados e punidos, não nos deve mais causar preocupação.
O que nos preocupa de fato é a abordagem dada à instituição Poder Judiciário e como a população de modo geral tem absorvido essas informações.
Não estamos nos referindo aos juízes, desembargadores e ministros denunciados, mas sim às irrefletidas referências a um Poder que é um dos esteios no qual se assenta o Estado democrático de Direito.
Ouviu-se todo o tempo que "a polícia prende e a Justiça solta".
Trata-se de mais um daqueles equívocos que, repetidos à exaustão, se transformam em suposta verdade para quem, desconhecendo os meandros do Judiciário, quer acreditar que nada mais se salva nesse país, nem mesmo a Justiça.
Nada mais falso.
Se há prisões, é porque antes houve uma ordem judicial que a determinou.
Se há determinação de que sejam soltos, é porque, diante do que diz a lei, não há mais motivo para que se mantenha a privação da liberdade.
É preciso lembrar que as prisões determinadas são temporárias e têm a finalidade apenas de assegurar o curso das investigações.
Não há ainda condenação final que determine o encarceramento definitivo.
Até mesmo autoridades públicas, que devem conhecer os adequados procedimentos judiciais -note-se que estamos nos referindo a procedimentos básicos-, criticam decisões ainda que com base em supostos dados, sabidamente incorretos.
Nunca é demais lembrar que em passado não tão distante assim, de insegurança institucional generalizada e desrespeito à liberdade pessoal e de imprensa, sob um aparato estatal e político repressor, coube ao Poder Judiciário o resguardo da cidadania e da democracia.
Os juízes do trabalho, sempre comprometidos com a construção de um Judiciário forte e respeitado, não se furtaram de denunciar e protagonizar as lutas para o fim do nepotismo e para a fixação de um teto salarial moralizador no setor público.
Porém não podem concordar com a sanha quase irresponsável utilizada nas referências ao Judiciário brasileiro.
Em um país de sérios percalços institucionais, a sociedade precisa conhecer de maneira ampla e democrática os procedimentos judiciais para poder avaliar corretamente a Justiça e sua contribuição para o fortalecimento de uma sociedade mais justa, distributiva e, sobretudo, solidária.
A atuação firme e prudente do Poder Judiciário brasileiro não pode ser desqualificada de maneira irresponsável sob o pretexto de coibir excessos cometidos por alguns de seus integrantes, nem isso pode servir de justificativa para embaraçar o exercício das funções da magistratura.
Ela mesma, ao mesmo tempo em que defende suas prerrogativas essenciais, por imprescindíveis à prestação jurisdicional e à cidadania, se empenha na consolidação do Judiciário, buscando o aperfeiçoamento das instituições.
Absolutamente consciente do seu papel no fortalecimento da democracia, a magistratura do trabalho permanecerá na defesa de um Judiciário verdadeiramente acessível, não verticalizado, transparente e ético, dotado de mecanismos ágeis e eficientes, capazes de democratizar o acesso à Justiça e garantir a integridade da prestação jurisdicional.
Mas também zelará para que seja ele respeitado e reconhecido por suas qualidades, lembrando que são milhares de juízes em todo o país, mas muito poucos aqueles que denigrem a instituição.
Por isso mesmo, não pode aceitar que se confunda controle social com a desqualificação de um dos Poderes republicanos, cujo princípio fundamental é a garantia do Estado democrático de Direito.
A capacitação técnica e a força moral do Poder Judiciário são o seu maior patrimônio, e somente por meio delas pode impor suas decisões.
Dessa forma, os ataques que sofre, como instituição, fragilizam a sua atuação, a figura do juiz e, conseqüentemente, a própria democracia.

CLÁUDIO JOSÉ MONTESSO , 44, juiz titular da 58ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro e professor licenciado de direito processual civil da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), é presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho).


Comentário:

Vamos colocar uma situação comum no dia-a-dia policial, um bando de bandidos assalta um banco, atira nos seguranças e rouba uma quantia em dinheiro.
Dois dias depois, devido a identificação das câmaras de vigilância, um deles é preso pela polícia, passa um dia na cadeia, é indiciado, e é solto!
A justiça "mandou" soltar...

Não foi bem isso, a LEI mandou soltar.
O advogado do bandido entrou com o pedido de soltura na justiça porque A PRISÃO NÃO FOI EM FRAGANTE, ou seja, a prisão não se deu no momento em que o bandido estava praticando o assalto, a prisão foi dois dias depois, o que, SEGUNDO A LEI BRASILEIRA, da direito ao bandido de RESPONDER EM LIBERDADE ao processo.
Durante o processo o bandido vai ficar em liberdade.
Isso não acontece PORQUE A JUSTIÇA QUER, isso acontece porque A LEI FEITA NO CONGRESSO BRASILEIRO ASSIM DETERMINA.

Se existe um culpado esse culpado são os senadores e deputados federais, foram eles que criaram essa lei e não os juízes e desembargadores de justiça.

Os legisladores brasileiros conseguiram introduzir na Constituição o princípio "da presunção da não-culpabilidade ou presunção da inocência", ou seja, mesmo que existam provas cabais da culpa do réu ele não pode ser preso antes do "trânsito em julgado" que é quando o réu foi declarado pela justiça como culpado (ou inocente) e não existem mais chances de recursos no processo e a decretação da prisão poderá finalmente ser expedida.
Mesmo neste caso o réu pode não ir para a cadeia se sua pena for menor que 4 anos, assim decreta a lei.

Por exemplo, após o término do processo penal um bandido é condenado a dois anos de prisão... porém, esse bandido não irá para a cadeia !
Sendo a pena de "apenas" dois anos, A LEI DETERMINA que esse bandido não vá cumprir sua pena preso na cadeia, ele vai cumprir sua pena em liberdade!
A pena desse bandido será cumprida em REGIME ABERTO.
A LEI BRASILEIRA ASSIM DETERMINA e os juízes são OBRIGADOS a agir de acordo com a lei.

Alem dessas, existem uma infinidade de casos onde o advogado do réu pode pedir "habeas corpus" - fundamentado em alguma lei - e soltar seu cliente preso, juízes podem até postergar essa soltura, mas, ao final vão ter que seguir A LEI e libertar o preso, que vai responder ao processo em liberdade.

Desta forma, a frase "A polícia prende e a justiça solta." é falsa, não é verdade que é a justiça que solta, quem solta é a lei.

A lei ficou desta forma absurda pela ação dos "direitos humanos" defensor de bandidos.
Os "direitos humanos" tem por trás de si socialistas e marxistas "culturais", gente que quer destruir a sociedade ocidental.
Defender bandidos é uma excelente forma de causar o caos na sociedade.

Tais leis tem por autores deputados e senadores "progressistas", "liberais", gente do PC do B, do PSOL, do PT, do PSB,  do PSDB, de todos os partidos "de esquerda" do Brasil, que são maioria esmagadora no Brasil.
E essa ralé ainda conseguiu colocar a culpa do que fizeram no judiciário!

Obs. Caso, finalmente, o réu vá preso, além de passar a viver as custas do estado a família dele pode requerer o "auxílio-reclusão" se o preso em algum momento contribuiu para o INSS.
Em 2012 o INSS pagou um total de R$ 22.872.321,00 desse benefício, com um valor médio de R$ 681,86 por família.
Tais leis absurdas que existem no Brasil são o resultado da total esquerdização do Brasil, é resultado dos brasileiros elegerem esquerdistas para governar o Brasil, coisa que a maioria dos brasileiros fazem sem saber!

A maioria dos brasileiros vota em socialistas sem saber, porque hoje eles estão disfarçados de "defensores do planeta", "defensores dos animais", "defensores da floresta", "defensores dos direitos humanos", "defensores da paz", e outras coisas mais.

Na verdade não são nada disso, são a mais suja ralé que a humanidade já produziu, a história miserável das nações que adotaram o socialismo no século XX é a prova disso, mas, eles são mestres na arte da mentira, da dissimulação, do "faz de conta", e enganam a todos.


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2 de dezembro de 2013

Qual é a diferença entre capitalismo e socialismo ?

Entre as nações que implantaram o socialismo e o capitalismo, qual desses dois sistemas deu ao povo melhor qualidade de vida, igualdade social e liberdade, e quais são as diferenças mais importantes entre o socialismo e o capitalismo quando colocados em prática ?


Capitalismo,
Segundo o inventor da palavra, Karl Marx (1.818-1.883), era o sistema econômico da sociedade que existia "nos países civilizados" da sua época, a Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Itália, Holanda, EUA, etc.
Segundo a opinião de Karl Marx era uma sociedade onde existia uma classe dominante, a burguesia, e uma classe dominada, os proletários, o poder de dominação exercido pela burguesia provinha da propriedade privada dos meios de produção.


Trabalhadores de fábricas do início do capitalismo na Inglaterra

Socialismo,
Também segundo Karl Marx, era uma "fase de transição" que existiria depois da derrubada da burguesia através da "revolução do proletariado' e subsequente implantação da "ditadura do proletariado' onde os proletários, conduzidos pelos intelectuais comunistas "utilizariam sua supremacia política para arrancar pouco a pouco todo o capital da burguesia, para centralizar todos os meios de produção nas mãos do Estado, isto é, do proletariado organizado em classe dominante", com isso, prometia Karl Marx, essa sociedade socialista se transformaria em uma sociedade sem classes e chegaria a sociedade comunista.

Revolução do proletariado, o grande anseio de Karl Marx para implantar o socialismo

Como mencionamos, estas duas definições foram feitas por Karl Marx, são definições baseadas na opinião pessoal de Karl Marx.

Passaremos a seguir a fazer uma descrição mais abrangente e diversificada sobre capitalismo e socialismo baseada no contexto histórico do século XIX e XX.


Capitalismo

 

  MERCANTILISMO (1.500-1.800)

Em 1.800 a sociedade ocidental estava terminando a Idade Moderna, o Mercantilismo, e estava entrando em uma nova era, a Idade Contemporânea, nessa nova fase histórica a democracia e o liberalismo econômico passaram a existir, mas, eu seu início ainda sofriam com a herança da época colonial mercantilista.

No início do século XIX (a partir do ano de 1.800) parte da sociedade ocidental (Europa Ocidental e América do Norte) estavam saindo do período histórico colonial chamado Mercantilismo, no Mercantilismo os meios de produção usavam escravos, nas colônias, para executar o trabalho, no Brasil os escravos foram usados até 1.888 quando então, já no império, a escravidão acabou.
A Inglaterra, EUA e demais nações haviam acabado de libertar os escravos e passaram a remunerar o trabalho através de salário, séculos de escravidão haviam tornado as condições dos trabalhadores miseráveis, os meios de produção ainda eram poucos e rudimentares, por isso, no início do novo sistema político-econômico as condições dos trabalhadores eram péssimas e os salários muito baixos.
Essa péssima condição de trabalho dos trabalhadores não era por causa do novo sistema, mas sim devido ao contexto histórico no final do período colonial escravocrata.

A cidade de Londres em 1.837, era ainda uma cidade onde muita pobreza existia, mas, já dava mostras que a vida iria melhorar, 60 anos depois a vida do povo inglês havia melhorado consideravelmente.

Essa nova forma de produção iniciou-se na Inglaterra, três circunstâncias históricas principais colaboraram para o surgimento desse novo sistema político-econômico:

1. a democracia parlamentarista;
2. a revolução industrial e a divisão do trabalho;
3. as teorias liberais de John Locke (1.632-1.704) e Adam Smith (1.723-1.790) .



Comentemos estas três circunstâncias.

1. A Inglaterra desde 1707 havia abolido o poder absolutista real, adotado a democracia representativa e colocado o poder político nas mãos do Parlamento, uma das Casas do Parlamento era eleita democraticamente pelo povo e o partido vencedor escolhia um primeiro-ministro que governaria a nação usando princípios constitucionais do Estado de Direito democrático.
Esta foi a primeira democracia parlamentarista implantada na humanidade.

House of Commons
O Parlamento inglês em 1.707

2. A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra em 1.750 havia transformado o modo de produção artesanal que existia até então.
Com a invenção das máquinas o trabalho humano que até então era totalmente manual e individual passou a ser compartilhado, os trabalhadores passaram a compartilhar o trabalho através do sistema que ficou conhecido como "divisão do trabalho", neste sistema a fabricação de um sapato por exemplo não seria mais feito por apenas uma pessoa do começo ao fim, as diversas partes do sapato passaram a ser feitas de forma seqüencial em uma "linha de montagem" por trabalhadores especializados.
Com estes dois fatores, as máquinas e a divisão do trabalho, a produção de unidades de uma mercadoria aumentou consideravelmente, um artesão demorava um dia para fazer um sapato, com o novo sistema 10 trabalhadores compartilhando o trabalho em uma linha de montagem faziam 100 sapatos em um dia!


Com o surgimento das máquinas o modo de produção que por milênios era em função do trabalho braçal, mudou para o trabalho industrial e propiciou a divisão do trabalho, com isso a produção de mercadorias para uso do povo aumentou consideravelmente.

Antes da Revolução Industrial (1750-1850) as mercadorias eram feitas por artesões, o artesão fazia a peça completa, era um trabalho demorado e caro. 
Com a Revolução Industrial surgiu a "divisão do trabalho", as fábricas, e nelas cada trabalhador se especializava em fazer uma parte da mercadoria, esse sistema aumentou a produtividade e diminuiu os preços das mercadorias.

3. John Locke e Adam Smith foram os filósofos que edificaram as teorias política e econômica do novo sistema.

Primeira edição do Essay Concerning Human Understanding
John Locke, 1.689.

O novo sistema recebeu o nome de LIBERALISMO.
A teoria liberal idealizada por Locke e Smith tem as seguintes características principais:

- democracia representativa com partidos políticos disputando através de eleições o poder político.
- Estado de Direito democrático.
- liberdade individual política e econômica, qualquer pessoa pode se expressar livremente e se candidatar em eleições, qualquer pessoa pode iniciar uma empresa privada em qualquer atividade econômica, pequena, média ou grande.
- pouca interferência do estado na economia (isso não quer dizer que não existam leis e regras para monitorar e controlar as ações humanas na economia, elas existem).
- propriedade privada dos meios de produção.
- trabalho remunerado através de salário fixado em conjunto com sindicatos trabalhistas com base inicial em um "salário mínimo".
- mercado livre e competitivo onde os preços das mercadorias são determinados pela lei da oferta e da procura.
- leis "anti-trust' para evitar a associação de empresas que possam redundar em monopólio de determinada mercadoria.
- Bolsas de Valores onde as ações das empresas possam ser negociadas e adquiridas por qualquer pessoa.   Este é o principal mecanismo de crescimento e progresso econômico do capitalismo - o investimento da poupança da população nas empresas através da compra de ações.


A Riqueza das Nações
A teoria econômica do Liberalismo

Era desta forma que funcionava a sociedade na Inglaterra e demais países na época de Karl Marx, como já foi mencionado, este sistema estava em seu início, as condições econômicas herdadas do sistema colonial mercantilista eram precárias, as condições iniciais do trabalho eram muito ruins para o trabalhador, porém, com o grande aumento na fabricação de mercadorias - que eram destinadas para o consumo dos próprios trabalhadores - pouco a pouco as condições dos trabalhadores foram melhorando, já por volta de 1.850 estas condições estavam muito melhores que em 1.800, e em 1.900, 100 anos depois do início do novo sistema liberal, os trabalhadores ingleses desfrutavam de excelentes condições de trabalho e passaram a ter excelente qualidade de vida, uma qualidade de vida que jamais havia existido antes na humanidade.
Essa excelente qualidade de vida dos trabalhadores e da sociedade em geral também passou a existir no EUA, Canadá, Austrália, Alemanha, França, Itália, Suíça, Holanda, ou seja, nas nações que adotaram o sistema liberal.

Estas são as características do capitalismo, cujo nome correto como foi mencionado, é Liberalismo.


Sobre a América Latina

Nações como o Brasil, que até 1.888 ainda estavam usando trabalho escravo, por este motivo, continuaram com o povo pobre em péssimas condições sociais.
Essa situação de pobreza para o trabalhador continuou a existir por toda a América Latina que nunca aplicou o Liberalismo e onde muitas ditaduras e governos corruptos existiram.

Enquanto na Inglaterra os escravos não existiam mais e o trabalho passou a ser remunerado com salário, no Brasil os escravos ainda existiram por mais 80 anos.

Socialismo


Existiram diversas correntes de socialismo a partir do século XVIIII, porém, todas elas foram eliminadas a partir do final do século XIX e no século XX pelo "socialismo científico" marxista.
O marxismo se tornou a ideologia dominante do socialismo no século XX.

Em virtude deste fato devemos ir buscar nas palavras de Karl Marx as definições que nos expliquem o que era para Karl Marx o socialismo científico.

No Manifesto Comunista de 1.848 foi onde Karl Marx colocou as medidas que deveriam ser aplicadas após a tomada do poder e implantação do socialismo.

Karl Marx descreveu no Manifesto Comunista em 1.848 todas as ações que seus seguidores deveriam adotar após a tomada do poder para implantar o socialismo.
Tais orientações foram as seguintes:

"A luta do proletariado contra a burguesia embora não seja na essência uma luta nacional, reveste-se contudo dessa forma nos primeiros tempos.
E natural que o proletariado de cada pais deva, antes de tudo, liquidar sua própria burguesia.

O proletariado utilizará sua supremacia política para arrancar pouco a pouco todo capital à burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado, isto é, do  e para aumentar, o mais rapidamente possível, o total das forças produtivas.
Isto naturalmente só poderá realizar-se, em princípio, por uma violação despótica do direito de propriedade e das relações de produção burguesas, isto é, pela aplicação de medidas que, do ponto de vista econômico, parecerão insuficientes e insustentáveis, mas que no desenrolar do movimento ultrapassarão a si mesmas e serão indispensáveis para transformar radicalmente todo o modo de produção.
Essas medidas, é claro, serão diferentes nos vários países.
Todavia, nos países mais adiantados, as seguintes medidas poderão ser postas:

1. Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado;
2. Imposto fortemente progressivo
3. Abolição do direito de herança;
4. Confiscação da propriedade de todos os emigrados e sediciosos;
5. Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo;
6. Centralizarão, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte;
7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral;
8. Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura;
9. Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo;
l0. Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material etc."

Karl Marx, Manifesto Comunista, 1848.

Obs.No Prefácio de uma edição posterior do Manifesto Marx disse que essas medidas, como já havia sido dito no original, deveriam ser adequadas a situação de cada país e que algumas delas poderiam sofrer modificações, porém, Marx parou por ai, não forneceu nenhuma informação de quais seriam essas possíveis alterações, Marx termina dizendo que o Manifesto era um documento histórico que não cabia a ele modifica-lo.

Tais medidas foram adotadas pelos marxistas ao longo do século XX em 50 nações do mundo que adotaram o socialismo.
Tais medidas são muito claras e de fácil compreenção, tem como foco principal a centralização das atividades políticas e econômicas nas mãos do estado socialista (proletariado organizado como classe dominante).


Países que no Século XX adotaram o socialismo (em vermelho).
2,2 bilhões de pessoas em 50 países viveram em nações socialistas no Século XX.
Os países em azul correspondem aos países que adotaram o Liberalismo (capitalismo).
Os países em verde claro eram chamados de "terceiro mundo", não eram nem liberais nem socialistas,.

Para efetuar essa centralização dos meios de produção no estado socialista (proletariado organizado como classe dominante). os líderes marxistas do século XX, como Lenin na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), Mao Tse-Tung na China, Che Guevara em Cuba, e demais líderes marxistas na Alemanha Oriental, Polônia, Servia, Rep. Tcheca, Bulgária, Iugoslávia, Hungria, Vietnã, Camboja, Etiópia, Coréia do Norte, e dezenas de outras nações por todo o mundo criaram "Comitês"  nas cidades, nas regiões e o Comitê Central do Partido Comunista nas capitais, tais comitês implementaram todas as "medidas" indicadas por Karl Marx no Manifesto Comunista e centralizaram todos os meios de produção nas mãos do estado socialista (proletariado organizado como classe dominante), alem das demais medidas enumeradas por Karl Marx no Manifesto que também foram colocadas em prática.

 Reunião do Comitê Central da Alemanha Oriental (RDA) socialista em 1956

Reunião do Comitê Central do Partido Comunista cubano.

A propriedade privada dos meios de produção foi extinta, o sistema de salários "burguês" foi extinto, apenas um banco passou a existir, não existia mais herança, o transporte era centralizado no estado socialista (proletariado organizado como classe dominante), bem como todas as demais "medidas".



Lenin, Mao Tse-Tung e Che Guevara foram os construtores do estado socialista (proletariado organizado como classe dominante) na URSS, China e Cuba.

A mentalidade grupal do socialismo também foi implementada, o coletivo estava acima do indivíduo, com isso as liberdades individuais foram suprimidas e o direito de ir e vir passou a ser controlado.

Estas foram as características do socialismo que existiu em dezenas de nações do mundo no século XX.


Conclusão

De posse destas informações históricas podemos agora entender o que são 'capitalismo" e "socialismo" e enumerar quais são as suas principais diferenças.

Diferenças principais entre capitalismo e socialismo

1. Uma diferença entre capitalismo e socialismo é com respeito a liberdade individual.
No capitalismo existe prioridade para as liberdades individuais, toda pessoa tem liberdade política e liberdade econômica.
No socialismo a prioridade é para o coletivo, os interesses coletivos estão acima dos interesses individuais, não existe liberdade política individual, uma vez que a única força política dominante são os proletários no poder como classe dominante, também não existe liberdade econômica uma vez que todos os meios de produção estão centralizados no estado socialista (proletariado organizado como classe dominante).

2. Outra diferença fundamental é quanto ao sistema de produção econômico, no capitalismo a produção é baseada no empreendedorismo da iniciativa privada e no socialismo a produção é baseada na orientação dos "Comitês" que elaboram o "plano geral" determinado por Karl Marx no Manifesto, ao qual deram o nome de "Plano Quinquenal" onde toda a atividade econômica é planejada antecipadamente.

3. Outra diferença crucial é a forma pela qual a fabricação de mercadorias para abastecimento da população é efetuado, ou, em outras palavras, a forma como as necessidades de mercadorias da população é avaliada para saber o que deve ser produzido.
No socialismo os "Comitês" determinam antecipadamente através do "Plano Quinquenal" as quantidades de mercadorias a serem produzidas em uma determinada região baseados na quantidade de pessoas que ali existem.
No capitalismo as mercadorias a serem produzidas dependem da lei da oferta e da procura no mercado através do nível de preços das mercadorias - quando uma mercadoria sobe de preço no mercado é porque ela está faltando, portando devem ser produzidas, mercadorias que estão sobrando no mercado baixam de preço, portanto devem ser paradas de serem produzidas, é através do mecanismo de preços que o capitalismo "sabe" o que deve ser produzido e o que deve ser parado de produzir para que não ocorram "crises de superprodução".
O socialismo não possui esse mecanismo uma vez que não existe mercado nem preços das mercadorias, sua produção é baseada na quantidade de pessoas que existem na região, mas, as necessidades das pessoas variam muito!
Uma pessoa pode gastar um par de sapatos por ano enquanto outra gasta dois pares por ano.
Mesma coisa com as demais mercadorias, e esta condição não é homogênea, é heterogênea, e como o sistema de produção socialista é homogêneo, o resultado foi que nas nações que adotaram o socialismo ocorreram "crises de superprodução" com determinadas mercadorias sobrando, e "crises de desabastecimento" onde determinadas mercadorias faltavam para a população.
Tais crises de desabastecimento afligiram a vida das pessoas nos países socialistas no século XX.
Esse grave problema aconteceu, e ainda acontece nas nações socialistas que ainda existem, porque no socialismo não existe um mecanismo eficaz para indicar as necessidades de mercadorias da população em locais com grandes concentrações de pessoas (grandes cidades) e até mesmo no campo.
No capitalismo esse mecanismo existe - é o sistema de preços de mercado e é eficaz para orientar o sistema produtivo.

4. Outra diferença empírica fundamental é quanto ao progresso econômico e a qualidade vida da população.
O capitalismo mudou a condição social de diversas nações do mundo que até então mantinham sua população pobre, com o capitalismo diversas nações do mundo conquistaram grande progresso econômico e excelente qualidade de vida e igualdade social. Como exemplo podemos citar as ex-colônias Austrália, Canadá e Nova Zelândia, e também o Japão pós-guerra, dentre outras.
O socialismo por sua vez não conseguiu progresso econômico e manteve as populações nas nações onde foi adotado em condições sociais e econômicas precárias, como foi o caso da China onde milhões de chineses passavam fome e viviam em péssimas condições.
Dois povos exemplificam de forma clara essa diferença, os alemães e os coreanos, estes dois povos tiveram seu território dividido no século XX, em uma parte dele existia capitalismo, na outra parte existia socialismo.
A Alemanha Oriental era socialista e a Alemanha Ocidental era capitalista.
A Coréia do Norte era socialista (ainda é), a Coréia do Sul era capitalista (ainda é).
A Alemanha Ocidental capitalista conseguiu grande progresso econômico e excelente qualidade de vida para seu povo, a Alemanha Oriental socialista pelo contrário estagnou economicamente e manteve sua população em precárias condições.
A Coréia do Sul capitalista se tornou uma das nações mais desenvolvidas do mundo, enquanto a Coréia do Norte socialista permaneceu pobre e totalitária.

 Coréia do Norte - socialista

 Coreia do Sul - capitalista

Estas são as principais diferenças entre capitalismo e socialismo.



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