Introdução
Materialismo "histórico" - uma "teoria" que tem sua origem em cartas de Engels, após a morte de Marx, para Starkenburg, Bloch, Schmidt e Mehring, e que foram dadas a conhecer por Eduard Bernstein em 1902.
Carta para Joseph Bloch[1]
Friedrich Engels
21-22 de Setembro de 1890
http://www.marxists.org/portugues/marx/1890/09/22.htm
Carta a Franz Mehring
(em Berlim)
Friedrich Engels
14 de Julho de 1893
http://www.marxists.org/portugues/marx/1893/07/14.htm
F. Engels
CARTA A
W. BORGIUS
EN BRESLAU
Londres, 25 de enero de 1894
http://www.marxists.org/espanol/m-e/cartas/e25-i-94.htm
Carta a Conrad Schmidt
(em Berlim)
Friedrich Engels
5 de Agosto de 1890
http://www.marxists.org/portugues/marx/1890/08/05.htm
***
Materialismo - uma criação de Ludwig Feuerbach.
Ludwig Feuerbach Archive
1804 - 1872
http://www.marxists.org/reference/archive/feuerbach/
Qual era o cenário cultural na Alemanha quando Marx chegou em Berlim em 1836 para fazer Filosofia ?
Era
o seguinte, Hegel, o último grande filósofo acadêmico da Alemanha havia
falecido em 1831 (existia também, paralelamente, Schopenhauer e sua
magistral descoberta ... mas, Schopenhauer só foi ser reconhecido
tardiamente.), durante muitos anos Hegel tinha ensinado na Universidade
de Berlim o seu sistema, o Idealismo, tinha usado como ferramenta a
“dialética dos opostos”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7WatayF5GHRlfQonqI09T4aghKsnqwQM-AJRAmzQ0zuv1hyphenhyphenBAg3Dk8wIqeNzZQlHVHcZETnl5TmKYaultIUOggAWKq0gavHD6jBL1YOGzOmi2O1hUPWdBDer05AgvQNacnBsyJjBl36U/s320/Hegel+e+seus+alunos+da+Univ+Berlin.jpg)
Hegel e seus alunos na Universidade de Berlim
Com a sua dialética ele tinha chegado ao “espirito da história” !
ideia <> natureza --> espírito.
Desta forma, até então, a filosofia na Universidade de Berlim era “idealista”, o oposto de “materialismo”.
Entre os muitos alunos de Hegel um grupo se destacou, um grupo de esquerda, que foram chamados de “jovens hegelianos”.
Dentre eles se destacavam três filósofos,
Bruno Bauer, Ludwig Feuerbach e Max Stirner.
Esses
três filósofos eram famosos e se denominavam “críticos”, porque
teorizaram uma filosofia oposta a de Hegel - o materialismo !
Stirner, Feurbach, Marx and the Young Hegelians - David McLellan
http://libcom.org/history/stirner-feurbach-marx-young-hegelians-david-mclellan
Marx
ao chegar em Berlim ficou amigo dos três, principalmente de Bauer e
Feuerbach, este último o criador do Materialismo e do conceito de
Alienação.
Vejamos uma pequena comparação entre o pensamento de Feuerbach e o de Hegel:
Feuerbach
Hegel
Hegel
Primazia do infinito sobre o finito - o idealismo absoluto e as suas implicações racionais.
Feuerbach
Inversão da relação entre o infinito e o finito - materialismo, realismo e empirismo.
Hegel
O humano como momento do divino. O Espírito como Absoluto que se torna auto-consciente e se realiza através do homem.
Feuerbach
Redução da teologia e da filosofia especulativa à antropologia.
A religião como alienação.
Hegel
A dialética como processo inerente ao devir do Absoluto (relação do Pensamento consigo mesmo).
Feuerbach
A dialética como diálogo do homem com a natureza e com os outros homens.
O amor como expressão mais elevada da dialética.
Marx colocou o ódio (luta de classes) como expressão mais elevada da dialética marxista ... “inverteu” Feuerbach também...
Feuerbach desenvolveu uma nova abordagem para criticar a filosofia de Hegel.
Feuerbach pegou frases de Hegel e trocou o sujeito pelo objeto, mostrando que a frase teria mais sentido desta forma !
Por
exemplo, enquanto o cristianismo afirma que a família foi uma imagem da
sagrada família, Feuerbach afirmou que a sagrada família foi uma imagem
da família terrena !
Eis ai o mais puro materialismo em oposição ao idealismo !
Feuerbach and the Interpretation of Religion
http://www.cambridge.org/us/knowledge/isbn/item1155214/Feuerbach%20and%20the%20Interpretation%20of%20Religion/?site_locale=en_US
Feuerbach
realmente fez uma inversão na filosofia de Hegel, pois se manteve no
mesmo campo, a religião, só que ele demostrou que o idealismo de Hegel
não tinha relação com a realidade humana ... a divina família do
cristianismo nada mais é do que uma extensão da família que já existia
na Terra !
Marx ao contrario, desvirtuou totalmente, sua
“inversão” nada tem a ver com a conclusão de Hegel, Marx inventou a
influência da economia na história, e isso não é “oposto” a conclusão de
Hegel !
A “luta de classes” que Marx viu na história é algo que
não tem nenhum sentido oposto ou não oposto, ao “Espírito Absoluto” de
Hegel.
Marx plagiou Feuerbach, mas, o seu plágio foi ridículo porque
ele não apresenta nenhuma fundamentação para sua afirmação, Hegel e
Feuerbach estavam falando de filosofia ... e Marx de ideologia.
Hegel e Feuerbach foram grandes filósofos, Marx foi apenas um subversivo que usou conceitos de filósofos verdadeiros.
Marx, ao ficar amigo dos três filósofos originais, se inteirou de seus conhecimentos, e os copiou para si.
Nos seu primeiro trabalho, a "Crítica da Filosofia do Direito de Hegel", Marx utiliza o método de Feuerbach !
Marx não foi original ... ele plagiou o método de Feuerbach...
Marx plagiou a ideia de inversão sujeito-objeto que Feuerbach havia aplicado em Hegel.
Marx plagiou de Feuerbach a ideia de “alienação”, que Feuerbach atribuiu a religião..
Como
sempre Marx mascarou e inventou outras palavras, mas, a ideia principal
de “inversão de Hegel”, que Hegel estaria “de ponta cabeças”, não foi
dele, foi de Feuerbach.
E depois, devido ao seu caráter de canalha, Marx passou a criticar violentamente os três filósofos.
Marx foi um canalha com os três jovens helgelianos que haviam sido amigos dele.
Ele
ficou amigo dos três, aprendeu com eles, e depois passou a fazer uma
crítica – pessoal – sarcástica e violenta, contra os três filósofos que
nada tinham feito de mal para ele, apenas tinham feito filosofia pura
muito antes dele.
Marx, como foi por toda a vida, foi um canalha com Bauer e Feuerbach.
Marx
fez dois textos contra eles, com títulos sarcásticos e depreciativos
... um deles o título foi "A Sagrada Família", ou "Crítica da Crítica
Crítica".
Não precisava tanto sarcasmo contra quem nada lhe tinha feito de mal ...
Marx com esses títulos demostra toda a inveja e ódio que tinha dos jovens talentosos e famosos da filosofia alemã.
O livro criou uma polêmica com grande parte da imprensa alemã.
Bruno Bauer repudiou a tentativa do livro de Marx em um artigo que foi publicado no Wigand's Vierteljahrsschrift em 1845.
Bauer afirmou que Marx e Engels não tinham entendido o que ele estava tentando dizer.
Bauer não era um canalha como Marx ... e não baixou o nível como Marx fez.
Max Stirner
Bruno Bauer
Na
“Ideologia Alemã”, o outro livro para tentar menosprezar os três
filósofos, no Prefácio, Marx se refere a Bauer e a Stirner como “Santo
Bruno” e “Santo Max” ...
Este manuscrito não foi editado na época ... e os autores, Marx e Engels, sobre isso disseram o seguinte:
"Abandonamos
tanto mais prazerosamente o manuscrito à crítica roedora dos ratos, na
medida em que havíamos atingido nosso fim principal: ver claro em nós
mesmos."
Isso é ressentimento...
O tom sarcástico que
Marx usa nos subtítulos do livro, demonstra que não está fazendo algo
filosófico, está apenas pondo para fora a sua raiva dos jovens filósofos
alemães.
Marx ainda fez um pequeno texto contra Feuerbach, o
chamado "Teses sobre Feuerbach", são onze curtas notas escritas para
criticar as idéias de Ludwig Feuerbach.
Nas "Teses" Marx conclui:
"filósofos têm, até agora, apenas interpretado o mundo de diversas maneiras, mas, o ponto é mudá-lo."
Essa “intenção” de Marx, de querer “mudar o mundo”, é uma prova de que Marx nunca entendeu a filosofia como filosofia.
Marx
desde o início não fazia filosofia, fazia política, fazia crítica
política e crítica pessoal, sempre direcionando todas as suas ações para
destruir as teorias de filósofos e pensadores originais com a arrogante
e egoísta intenção de colocar as suas ideias revolucionárias a frente
de todas as outras..
Ao dizer "filósofos" ... ele não se coloca como
tal, mas sim, se coloca apartado deles, como alguém que quer "mudar o
mundo" com a ação revolucionária do socialismo científico "dele" !
Marx se referindo a “natureza humana”
A frase de Marx abaixo, é uma das coisas mais absurdas. que um ser humano poderia dizer:
“O Sr. Proudhon não sabe que toda a história nada mais é do que uma contínua transformação da natureza humana."
Karl Marx, A Pobreza da Filosofia, 1847.
Que transformação sofreu a natureza humana entre os seguintes acontecimentos históricos do passado e de épocas mais recentes ?
1.
A defesa da Grécia em Termópilas, com 300 soldados espartanos, contra
Xerxes e a defesa do Forte Álamo por 280 soldados norte-americanos
contra Santa Anna.
2. Assassinato de Cesar em Roma e assassinato de Ghandi na Índia.
3. Corrupção de Judas por 30 dinheiros e corrupção de PC Farias no governo Collor no Brasil.
4. A Batalha de Gaugamela onde Alexandre derrotou Dario e a Batalha de Waterloo onde Wellington derrotou Napoleão.
Batalha de Gaugamela
5. E eu poderia citar também a Bíblia - Caim matou o irmão Abel por ciúmes e inveja .... isso ainda existe hoje em dia ?
- Claro que existe!
A natureza humana continua a mesma desde a Antiguidade até hoje.
Existiu alguma mudança na “natureza humana” dos cristãos, dos muçulmanos, dos budistas ao longo dos milênios ?
Que diferença de “natureza humana” existe entre Alexandre o Grande, Cesar, Gencis Khan e Napoleão Bonaparte ?
Cesar
Napoleão
Os
seres humanos não mudaram em nada, continuam os mesmos que sempre
foram, continuam pensando acima de tudo em sexo, e a maioria continuam
traiçoeiros e mentirosos como sempre foram.
E Marx é a maior prova que a “natureza humana” continua a mesma !
Os
maridos da Antiguidade comiam suas empregadas da mesma forma que Marx
comeu a sua ... o ditado – “A carne é fraca.” vale para qualquer época.
A
afirmação de Marx citada no início deste texto, é só mais uma estupidez
dita por ele, apenas para criticar um pensador respeitado como foi
Proudhon, contra o qual Marx nutriu uma inveja e ódio terríveis por toda
a vida.
A História é várias coisas para Marx...
Marx escreveu no Manifesto Comunista de 1848:
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas da classes.”
Como vimos no item anterior, Marx também disse que:
“a história nada mais é do que uma contínua transformação da natureza humana."
Ou seja, parece que a história “se adapta” a vontade de Marx !
E isso ai é a base do marxismo!
materialismo histórico = determinismo histórico e luta de classes.
Mas, tudo isso é uma grande embromação que jamais foi comprovada empiricamente.
Os marxistas se referem a todo instante aos “burgueses” e aos “proletários” como exemplo dessa idéia de “luta” de Marx...
Até parece que na história de 7000 anos da humanidade sempre existiram “burgueses” e “proletários” em luta por todo o tempo !
O
que Marx disse não tem nenhum fundamento, foi apenas um motivo que ele
arrumou para pleitear a revolução do proletariado, ou seja, foi uma
“história” adaptada aos seus propósitos.
Por exemplo nos 3000 anos de história do Egito Antigo, que “luta de classes" existiu no Egito dos faraós ?
Por
3000 anos o governo da nação esteve nas mãos dos faraós e dos
sacerdotes, existiram várias guerras e várias dinastias de faraós, mas, a
sociedade continuou a mesma ... o Egito dos faraós só foi terminar em
300 a.C. quando Alexandre o Grande conquistou o Egito ... e isso não foi
“luta de classes” !
Foi um imperador conquistando outro império !
Portanto, o que Marx disse não é verdade.
Que “luta de classes” existiu para o domínio do Mediterrâneo entre Cartago e Roma ?
Eram dois impérios (e não classes) que lutavam por esse domínio.
E esse fato histórico foi de importância crucial para os destinos da humanidade ocidental !
Se Cartago tivesse ganho, Roma não teria tido a importância que teve para o mundo ocidental !
Esse – fato histórico – foi decisivo para a história e jamais foi “luta de classes”.
Devido a esse fato, o materialismo histórico é uma mentira.
Guerras Púnicas entre Roma e Cartago, aconteceram a milhares de anos atrás, nelas não existiu luta de classes alguma
A origem do termo "materialismo histórico".
Marx nunca usou esse termo, Marx usava apenas "materialismo", e muito raramente inclusive.
Marx também nunca usou o termo "dialética materialista".
Estes termos foram criados pelos seguidores de Marx, a maioria das "teorias" e "livros" de Marx foram "editados" na URSS.
Com
maior ênfase depois da segunda guerra mundial quando os soviéticos
acharam que podiam dominar o mundo através da propaganda revolucionária.
O
"materialismo histórico" tem como "obra" basilar quatro cartas escritas
por Engels em 1894 para Starkenburg, Bloch, Schmidt e Mehring, e que
foram dadas a conhecer por Eduard Bernstein em 1902.
Tais cartas foram usadas posteriormente para "fundamentar" a "teoria" do "materialismo histórico".
Mas, tais cartas não passam de cartas sem nenhuma base científica.
As quatro cartas podem ser encontradas em:
Engels on Historical Materialism
From New International, Vol.1 No.3, September-October 1934, pp.81-85.
Transcribed & marked up by Einde O’Callaghan for ETOL.
http://www.marxists.org/history/etol/newspape/ni/vol01/no03/engels.htm
Portanto, o "materialismo histórico" se baseia em quatro cartas de Engels!
O marxismo em sua interpretação ideológica da história a coloca como sendo apenas a história da Europa
A história não é única e determinística, vejamos alguns exemplos:
No ano de 1300 depois de Cristo tínhamos as seguintes situações históricas no planeta Terra:
Na Europa (Idade Média) existia uma história;
Idade Média, Feudalismo, Europa
na Ásia (dinastia Ming) outra diferente da Europa;
Dinastia Mimg, China
no Oriente Médio (Império Otomano nascendo) outra história diferente das duas anteriores;
Império Otomano, os mongóis no Oriente Médio
na África (Reino de Aksum e outros) outra também diferente das demais;
Reino de Aksum, Etiópia atual
na América (Incas e Astecas) outra história também diferente de todas as outras.
Astecas
Incas
Todas elas – histórias de sociedades humanas diferentes em uma mesma época histórica, ano de 1300 d.C..
De
forma que ao mesmo tempo, várias histórias estavam sendo escritas, e
nenhuma delas, tinha nada do determinismo que Marx quis dar a História!
As civilizações inca e asteca, nasceram e morreram sem nenhuma luta de classes que mudasse sua sociedade!
Quem mudou a história de incas e astecas foram os conquistadores espanhóis.
O
“materialismo histórico” é uma “teoria” que é inteiramente refutada
pela própria História, que em seus acontecimentos decisivos, nada tem de
“luta de classes” e de determinismo, são impérios e nações se
confrontando apenas pelo poder e dominação e dependentes em auto grau da
ação humana de seus generais, cujo exemplo mais evidente foi a guerra
entre Roma e Cartago pelo domínio do Mediterrâneo.
A história também se faz por atos humanos individuais, como por exemplo o assassinato de Cesar no senado romano.
Também um fato histórico decisivo que nada teve de “luta de classes”.
Ou a história se faz com a inesperada morte de Ayrton Senna.
Ou ainda a história se faz com o inimaginável naufrágio do Titanic.
Titanic
Ou com o impensável assassinato de John Lenon.
Se a história fosse determinista os humanos poderiam prever e evitar tais acontecimentos ... o que seria um absurdo lógico.
O determinismo do "materialismo histórico" foi refutado na 1a. Guerra Mundial pela própria história.
O
marxismo seguindo a doutrina do "mestre", havia previsto que na próxima
guerra total na Europa os proletários iriam se recusar de lutarem por
seus países, os proletários de todos os países iriam se unir e lutar
contra os burgueses e os derrotar...
Os "intelectuais" marxistas esperam religiosamente que essa solicitação de Marx se realizasse...
Porém... não aconteceu !
Os "proletários" lutaram por seus países como sempre fizeram.
A História se recusou a ser como Marx queria q ela fosse !
Esse fato foi uma prova definitiva da farsa criada pelo “materialismo histórico” marxista.
A contradição do materialismo histórico.
O
conceito de dialética materialista como foi colocado por Marx no seu
materialismo determinista entra em contradição direta com o socialismo
científico e a exaltação da revolução do proletariado, e mais
modernamente entra em contradição com a atuação dos intelectuais
“engajados” e “militantes”.
A relação entre necessidade e liberdade, entre as condições materiais de existência e os sujeitos históricos,
foi definida pelo materialismo histórico marxista como a hegemonia do objeto material sobre o sujeito social.
Em função disso, segundo os cegos seguidores de Marx, a história humana seria apenas um reflexo da história da natureza...
O
ser humano é função do meio e os acontecimentos se dariam
independentemente da ação humana segundo o determinismo dialético da
história !
Mas, se assim fosse, toda a ação revolucionária dos partidos socialistas e comunistas não teria sentido !
Militância
Para
que Marx fez o Manifesto Comunista que termina com o grito –
“Proletários de todo o mundo uni-vos !” ... se os acontecimentos
históricos não dependem da ação humana ?
Para que Marx criou uma
instituição subversiva internacional, a Internacional Socialista, de
onde ele e seu grupo expulsaram todos os que não obedeciam Marx, se a
revolução histórica não depende da ação humana ?
Marx executando AÇÃO HUMANA para forçar os acontecimentos
Se
a história humana não depende da ação humana para que são necessários
os “intelectuais comunistas” e a sua ação humana na "condução" dos
demais e do processo revolucionário marxista ?
Internacional Socialista, se a história fosse determinista tal instituição subversiva não seria necessária
Afinal,
se a história humana não depende da ação humana para que são
necessários os ativistas, militantes e engajados socialistas fazendo
suas passeatas e manifestações subversivas?
Se a história é o determinismo da “luta de classes”, por que então Marx escreveu nas "Teses":
"filósofos têm, até agora, apenas interpretado o mundo de diversas maneiras, mas, o ponto é mudá-lo" !?
Por que ELE, Marx, quer “mudar o mundo” se ele próprio já decretou que a história é luta de classes ?
Essa é a prova da farsa mentirosa !
Para
que precisa "mudar o mundo" se até então, como ele afirmou no
Manifesto, a história da humanidade é a história luta de classes ?
Percebem a farsa ?
Como
Marx quer mudar o mundo se a história materialista, segundo ele, é
soberana e é ela que determina como os acontecimentos e personagens
atuam ?
Farsante...
Mas, a mentira tem pernas curtas, e sempre leva o mentiroso a entrar em contradição.
E para demonstrar a mentira marxista mais uma vez, colocamos abaixo o texto de Marx contra Bakunin na Gazeta Renana, 1849.
“É uma infelicidade se a rica Califórnia foi arrancada dos mexicanos preguiçosos que não sabiam o que fazer dela ?
Se os enérgicos yankees,
graças a exploração das minas de ouro daquela região, aumentam as vias
de comunicação, concentram sobre a costa do Pacífico uma população densa
e um comércio em expansão, abrem linhas marítimas, estabelecem uma via
férrea de Nova York a São Francisco, abrem pela primeira vez o Pacífico à
civilização e pela terceira vez na história dão uma nova orientação ao comércio mundial ?
A
independência de alguns californianos pode sofrer com isso, a justiça e
outros princípios morais podem ser feridos – mas isto conta, diante de tais realidades que são o domínio da história universal ?”
O ódio irracional de Marx contra Bakunin o levou a uma total contradição !
A
“história universal”, foi mais uma vez totalmente dependente da ação
humana, neste caso, a ação humana dos “enérgicos yankees” !
Ou seja, o marxismo e seu "materialismo histórico" é uma enorme contradição, uma mentira histórica.
O marxismo é uma ideologia que muda sua fala ao sabor de seu ódio.
A omissão de Karl Marx diante da refutação do Volume I de O Capital.
Marx lançou o primeiro volume de O Capital quando tinha 49 anos.
Viveu
mais 26 anos, e apesar de estarem prontos os demais volumes de O
Capital, Marx não os entregou aos seu editor para publicação !
Estranha essa atitude....
Qual teria sido o motivo de Marx para não publicar em vida os outros volumes de seu principal livro se eles já estavam prontos ?
A respeito disso Mises diz o seguinte em sua obra “Ação Humana”:
“Há
quem sustente que Marx não entregou aos seus editores o manuscrito
original, por ter visto demonstrada a invalidez da teoria da mais-valia;
por ter percebido que era indefensável a tese do salário vitalmente
necessário, assim como o dogma fundamental do progressivo empobrecimento
das massas no regime de mercado.”
Exatamente.
Marx,
que passava muitas horas na sala de leitura do Museu Britânico, já
tinha deduzido através da análise das estatísticas e informações
técnicas da evolução da economia inglesa fornecidas pelo governo inglês,
que o que ele havia previsto não era o que estava acontecendo !
Já tinha percebido que a teoria dele era furada !
Marx já havia se dado conta que a previsão dele sobre o progressivo empobrecimento dos trabalhadores não iria acontecer.
Sua previsão não iria acontecer porque a fabricação cada vez maior de mercadorias seriam -
destinadas aos trabalhadores - os trabalhadores assumiam dois papéis -
trabalhadores e consumidores -
e com a aquisição cada vez maior de mercadorias e bens, os
trabalhadores jamais iriam empobrecer, pelo contrário, iriam cada vez
mais melhorar de vida, que foi o que aconteceu na Inglaterra!
Então,
matreiramente, Marx deixou para Engels editar e assumir a culpa, uma
vez que qualquer marxistas para proteger o “mestre” pode dizer que
Engels interpretou errado o que Marx havia escrito
O “materialismo histórico” sumiu com 300 anos de história
Marx
conta a história da civilização ocidental, ou mais precisamente, a
história da suposta “luta de classes” e do suposto surgimento da
burguesia, pulando da Idade Média para a Idade Contemporânea !
Marx
ignora a Idade Moderna e o Mercantilismo como uma sociedade diferente
da anterior, a medieval, e da posterior, a capitalista (liberal), cujo
modo de produção hegemônico, o mercantil colonial, também não foi igual
nem ao feudalismo nem ao capitalismo!
Mercantilismo
Marx
ignora que o centro de gravidade econômica da sociedade ocidental que
até 1500 era fixado na Europa feudal, a partir dos descobrimentos se
deslocou para a América e demais colônias.
Durante 300 anos (de
1500 a 1800) as mercadorias que a Europa usava não eram produzidas na
Europa, eram produzidas na América, na África e Ásia – nas colônias.
A madeira, o algodão, o açúcar, as especiarias, as pedras preciosas que a Europa usava eram produzidas onde ?
- Nas colônias da América, África, Ásia.
E quem produzia essas mercadorias não era mais o servo feudal, era o escravo negro,
o modo de produção passou do servil para escravo.
O
modo de produção passou de essencialmente agrário e artezanal de
subsistência (feudal) para um modo de produção em engenhos de cana, em
grandes propriedades rurais com produção para exportação, em extração
vegetal e mineral em larga escala.
O modo de produção mudou de feudal para mercantil.
Engenho colonial
Era
esse novo modo de produção – mercantil – que passou a sustentar a
economia das nações europeias e não mais o trabalho servil no feudo.
Marx simplesmente ignora isso e continua a analisar a economia européia como se as colônias não existisses !
Marx continua falando como se o Feudalismo continuasse a existir até a Revolução Francesa !
Marx
continua a falar da “luta” dos plebeus contra nobres, da formação da
“burguesia” como se a economia européia fosse restrita ao continente
europeu !
Marx simplesmente ignora a luta nos oceanos entre as potências coloniais !
Ignora
as enormes riquezas que saiam dos portos da América e que tinham que
atravessar o Atlântico, ignora toda e efervescência econômica e militar
que existiu no Mar das Antilhas e na costa do Pacífico.
Marx
permanece atado a sua cegueira ideológica que via apenas a Europa e uma
época que havia terminado a 300 anos atrás e que ele ainda considerava
como existente"
Isso tudo para justificar a sua teoria de surgimento da suposta “burguesia” !
Essa obtusa visão do mundo continua a supor que a suposta burguesia acumulava capital na Europa em 1789 saindo dos feudos !
E
desconhece que as riquezas estavam sendo geradas e acumuladas na
América, na América estavam surgindo ricos e influentes personagens, o
dono do engenho, o dono das plantações, o dono do gado, o dono das minas
!
Era nos campos platinos que estavam sendo geradas riquezas.
Eram nos campos do sul do EUA que estavam sendo gerados enormes capitais.
Era no norte do EUA que estavam sendo gerados novos processos de produção e não na matança estúpida da Revolução Francesa.
Era na América que estavam sendo traçados os destinos econômicos da sociedade ocidental e não na Europa.
E a prova disso é que a maior economia do mundo (EUA) se formou na América e não na Europa.
Marx
com sua cabeça obtusa e ideológica só via o mundo na Prússia que ele
considerava como uma civilização avançada ... e na França “filosófica”
que ele invejava e odiava.
A produção de riquezas nas
colônias e a Revolução Industrial na Inglaterra mudou o mundo, a
Revolução Francesa foi só mais uma matança dentre muitas que aconteceram
na Europa.
A grande revolução política do mundo
ocidental foi o surgimento da primeira Constituição democrática do
mundo moderno com a independência do EUA, e não com a degola de cabeças
na França.
Em resumo, todo o período histórico do
Mercantilismo, da formação dos estado-nação absolutistas, e as enormes
riquezas geradas nas colônias que sustentaram a vida na Europa por 300
anos, desde 1500 até 1800, simplesmente não foram considerados por Marx.
A tal "acumulação primitiva" não toca nestes aspectos decisivos da história.
O
trabalho do escravo negro que gerou toda essa riqueza e acumulo de
capital – na América – e não na Europa - não faz parte da história para
Marx, ele permaneceu fixado no trabalho servil como se ele tivesse
continuado a existir até 1789 !
Devido a essa enorme omissão
histórica, a história contada pelo marxismo é uma farsa ideológica que
existe apenas para justificar a ideologia cega que prega a luta a
matança entre humanos ...
A cega ideologia marxista.
Essa
ideologia cega quer que o mundo viva em constante “luta de classes”
entre humanos, essa ideologia cega desconhece que o mundo não muda de um
dia para o outro com uma revolução, com matança, o mundo muda ao longo
de séculos com novas ideias construtivas.
O mundo, a civilização
ocidental, vinha desde a Antiguidade existindo de forma idêntica, mudou
com a filosofia grega e com Alexandre o Grande que a divulgou por todo o
mundo, até Socares existia o humano místico, depois de Socares passou a
existir o humano racional.
O mundo mudou novamente 700 anos depois quando o cristianismo dominou na Europa.
O mundo mudou 1000 anos depois com o Renascimento e o surgimento da Ciência e com a descoberta da América.
O
mundo mudou 300 anos depois com o Liberalismo político e econômico na
Inglaterra e a subsequente Revolução Industrial e com a Revolução
Americana que pela primeira vez nos tempos modernos instituiu o Estado
de Direito democrático.
Foi só com a Revolução Industrial que o modo
de produção humano realmente mudou... antes era dependente da força
física de humanos e animais, agora não mais, agora as máquinas
executavam a maior parte do trabalçho.
E o mundo está mudando 200
depois com a Era da Tecnologia, com a Globalização que está criando um
novo modo de produção e um novo ser humano.
Um novo modo de produção, tecnologia, emerge no início do século XXI
Em
todas essas mudanças cruciais para a humanidade, o fator mutante não
foi a estúpida luta marxista entre humanos ... foram as idéias, a
capacidade dos humanos de pensar e criar novas formas de existência para
a sociedade humana.
O fantástico texto da Priscila
O
texto que coloco a seguir não é meu, eu o li em uma comunidade do ORKUT
a algum tempo atrás, a autora chama-se Priscila, o texto foi escrito
por ela em um debate, a conclusão dela mostra toda a tolice marxista.
"Mas, segundo Marx, o MOTOR da História seria exatamente a luta de classes!
É
evidente que você não tem razão: o PRÓPRIO MARX, ao ser confrontado com
o paradoxo que ele mesmo havia construído - terminada a luta de
classes, como era seu objetivo, a História "ESTAGNARIA" (não
"terminaria", mas certamente estagnaria, não haveria mais mudanças e
ficaria tudo como estava para sempre) - sentiu (Marx) o buraco
em que havia se enfiado e admitiu que haveria "exceções" e que "em
determinados casos" a História continuaria seu caminho, por "outras
vias"... !
Como você vê, O PRÓPRIO MARX botou a sua
viola torta no saco e meio que tentou "acochambrar" a burrice de sua
afirmação anterior. Ele foi extremamente ridicularizado por tê-la feito,
na época, e sentiu a crítica - que era, é claro, correta, e continua
sendo!"
"Quando Marx ROUBOU a idéia da dialética
hegeliana, ele não se deu conta que Hegel se referia a uma construção
abstrata, ESPIRITUAL, que se refere a uma aproximação TRANSCENDENTAL.
E
que nada é mais verdadeiro e lógico do que admitir que há um LIMITE
nesta aproximação; por mais espiritualizado que alguém seja, não vai
jamais "virar Deus".
Portanto, a dialética hegeliana TERMINA, no plano metafísico e no filosófico, numa humanidade aperfeiçoada ao máximo dentro deste âmbito.
É
uma ideologia muito elevada, evidentemente: o homem seguindo um
processo de se tornar "melhor e melhor" até que se chegasse ao limite da
possibilidade HUMANA de melhora."
"Quando Marx, repito,
ROUBOU A IDÉIA, e a transferiu para o plano do materialismo, ele criou
um absurdo lógico, um PARADOXO, porque não haveria como impor um limite
ao progresso material das pessoas.
Não haveria, por
exemplo, como afirmar que um determinado remédio, ou que um determinado
conhecimento, ou que uma determinada técnica, ou que um determinado
alimento, ou que uma determinada melhoria num sistema de transportes, ou
habitacional, ou educacional, ou governamental, ou etc - não
teriam mais que ser inventados ou descobertos porque "não precisava
mais", eles seriam "desnecessários", já se haveria "chegado ao limite"!
Marx, portanto, ao querer transpor o espiritual para o material, SIFU - pois o que VALE num âmbito NÃO VALE no outro.
Este foi um de seus mais monumentais erros - um erro INERENTE ao marxismo!"
Eu jamais li um texto com tamanha emotividade e que ao mesmo tempo contenha tamanha clareza racional!
Marx
alem de ter ROUBADO a filosofia dialética da história de Hegel, também
ROUBOU a ideia de "inverter Hegel", o Materialismo e a Alienação de
Feuerbach.
Outras provas da falsidade do marxismo
Existem
dois acontecimentos recentes na história da humanidade que demonstram
de forma clara que o materialismo histórico e a teoria marxista da
"superestrutura" social e política dependente da economia são falsas e
não correspondem aos fatos.
1. O primeiro fato são os acontecimentos na China comunista.
Se
o determinismo marxista da "superestrutura" social e política
dependente da economia tivesse validade a China não mais deveria
continuar com sua sociedade comunista.
Na China a economia foi
radicalmente modificada nas últimas décadas, o mercado foi aberto a
empresas privadas, a China se tornou uma grande economia capitalista,
mas, a "superestrutura" social e política continua a mesma - comunista!
A mesma constituição comunista ainda vigora.
O
governo, as leis, a política continuam comunista, a polícia, as
execuções, as prisões políticas, e tudo o mais típico do comunismo
continuam intactos, nada mudou.
Uma clara contradição a doutrina marxista.
2. A queda da URSS.
A
URSS desmoronou, acabou, porém o fim da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) foi decisão de seus próprios direigentes
políticos e não da economia, que sempre foi a mesma - socialista.
A
URSS era uma ditadura socialista e mudou sua "superestrutura" social e
política para democracia representativa, porém esta mudança foi uma
decisão política de seus dirigentes, tal mudança não aconteceu por
mudanças no modo de produção, na economia, que sempre foi socialista,
tais mudanças aconteceram por decisão política dentro da própria
"superestrutura" política socialista.
A Russia se tornou uma economia de mercado DEPOIS que a sua "superestrutura" social e política mudaram!
Uma clara contradição a doutrina marxista.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg93v5geg3_-DqkG_IJ7KW8sfKJMMRJ_-w1M8gbHCI4r1ojFVyIf3U0NFPtcOppF2kjcNGOvpujKSOG3ALTrG1uTHohlNZuuAgJmwXrU6ygkqB5lf7DeXFoWH6zXKgkyuQk5UMIC1D7Vwc/s320/PERESTROIKA.jpg)
Alias,
o mesmo está acontecendo em Cuba, onde o PCC continua no poder, Cuba
continua comunista, mas, está tentando abrir a economia e mudar o modo
de produção cubano para economia de mercado.
Estes são mais
alguns fatos para fazerem os "intelectuais" marxistas engolirem seco e
sentirem o amargo gosto de defenderem uma doutrina mentirosa.
As contradições do materialismo histórico "analisadas" por um marxista
Vou
colocar a seguir e comentar um artigo sobre as contradições do
"materialismo histórico", artigo este escrito por um marxista.
O artigo é interessante porque mais uma vez nos mostra a alienação que povoa a mente de marxistas..
Outro
aspecto do artigo a ser notado é a devoção do autor em relação a Marx, o
autor se refere ao texto marxista como "passagem", tal como se
expressam os pastores em relação ao texto bíblico.
Materialismo histórico e determinismo: revisitando uma polêmica
Luta de Classes e Determinismo
José D'Assunção Barros
Modo de produção, luta de classes e determinismo
O
conceito de modo de produção, como se sabe, é basilar para o
materialismo histórico. Ainda não houve pensador marxista que o
colocasse em xeque, pois dificilmente subsistiria algo que ainda pudesse
ser chamado de materialismo histórico se o modo de produção não
estivesse em um ponto central da análise historiográfica ou sociológica.
Na verdade, os dois conceitos fundamentais do materialismo histórico são modo de produção e luta de classes.
Isto
porque, de um lado, a história é a história da sucessão de modos de
produção (ou da transformação de formações sociais; e, de outro lado, a
história é também a história da luta de classes – dos grupos sociais que
se confrontam organizados por uma determinada consciência de classe e
posicionados de alguma maneira em relação ao modo de produção em vigor.
Comentário:
Apesar
das milhares de provas empíricas de que isso não é verdade, os
"intelectuais" marxistas continuam a afirmar isso com a maior
naturalidade do mundo como se fosse uma verdade absoluta!
Em vista da
evidente discrepância da afirmação em relação aos fatos históricos,
podemos classificar tal atitude como sendo um comportamento dos que
imaginam situações que não existem.
Outro aspecto
importante no processo de auto-recriação do materialismo histórico, a
partir da contribuição coletiva que abrange inúmeros autores, é o fato
de que, na história do materialismo histórico como um paradigma de
análise histórica e social, o conceito de modo de produção foi
adquirindo novas elaborações, particularmente à medida que os
historiadores foram confrontando o modelo criado com situações
históricas efetivas.
Lukács, Gramsci, Pierre Vilar, Edward Thompson,
Eric Hobsbawm são apenas alguns dos nomes que se integraram a esse
grande esforço de reformulação teórica de um conceito que ocupa uma
posição tão central na concepção do materialismo histórico.
Comentário:
Como
vemos o materialismo histórico está continuamente se "recriando", ou
seja, uma "teoria" é inventada e em seguida refutada, ao ser refutada é
abandonada e é buscada uma nova "teoria", que novamente é refutada, e
novamente outra é buscada, e assim sucessivamente.
A
questão-chave a ser enfrentada quando se fala em modo de produção é a do
papel que deve desempenhar o “determinismo”, seja no que se refere às
relações do modo de produção com outras instâncias da sociedade, seja no
que se refere à transformação de um modo de produção em outro.
Até
que ponto a passagem de um modo de produção a outro, no decorrer da
história, pode ser entendida como determinada – como algo que ocorrerá
necessariamente em uma certa direção, e não em outra?
Ao mesmo
tempo, até que ponto a maneira como uma sociedade se estrutura nas suas
condições mais imediatas de produção – na sua base fundamental, por
assim dizer – impõe características que afetam o mundo humano em outras
instâncias como a arte ou a religião?
Comentário:
A
religião, seja ela a mais antiga, o judaísmo, ou o cristianismo,
budismo, islamismo, demonstram a falsidade do materialismo histórico
marxista uma vez que são instituições da "superestrutura social"
supostamente dependente da "base econômica" para existirem, mas que
continuam a existir e a dominar as ações da humanidade por milhares de
anos passando incólume pelas diversas fazes históricas da humanidade
desde o Império Romano até atualmente!
Mudanças no modo de produção e na base econômica não alteraram essa componente da "superestrutura".
Estas
questões, relacionadas à noção de “determinismo”, também foram
amplamente discutidas por pensadores posteriores ligados ao pensamento
marxista.
São esses vários posicionamentos que examinaremos neste
artigo, de modo a mostrar que também aqui o materialismo histórico tem
se apresentado como concepção científica em permanente transformação.
Comentário:
Ou
seja, o cara classifica como "ciência" uma coisa que não tem nenhuma
consistência teórica, que não tem nenhuma base empírica que possa ser
testada, e que ele próprio está colocando como estando em constante
transformação!
O cara para afirmar tamanho disparate lógico foge ao bom senso.
A relativização da noção de determinismo nas diversas correntes marxistas
A
relativização da idéia de determinismo econômico vem ocorrendo na
verdade desde os próprios fundadores do materialismo histórico.
Nas
Cartas a Starkenburg, Bloch, Schmidt, já começam a aparecer as ressalvas
e observações de Friedrich Engels com relação à impossibilidade de se
considerar um determinismo econômico absoluto, que regesse todos os
fatos da história[1].
De igual maneira, tal como observa Eric
Hobsbawm (1984: 45), marxistas posteriores começaram a discutir o papel
do acaso e do indivíduo na História, a exemplo de Plekhanov (1987:
72-112).
Comentário:
Duas coisas importantes:
1. Temos ai que os próprios marxistas já constataram a impossibilidade do determinismo!
2.
Alem disso, o texto que está em negrito mostra que o "materialismo
histórico" NÃO É uma coisa de Marx, é UMA INVENÇÃO posterior a Marx que
tem como "obra" quatro cartas escritas por Engels em 1894 para
Starkenburg, Bloch, Schmidt e Mehring, e que foram dadas a conhecer por
Eduard Bernstein em 1902, e que foram usadas posteriormente como
"teoria" do materialismo histórico.
A idéia de
determinismo – e existem diversos outros posicionamentos teóricos, para
além do Materialismo Histórico, que também trabalham com esta
formulação, e não apenas em referência à esfera econômica – sempre
instiga preocupações relacionadas à reflexão sobre a liberdade humana.
Daí
as questões relativas à determinação na história estarem entre os temas
mais visitados e revisitados no campo do materialismo histórico.
De
modo geral, os historiadores e filósofos marxistas, e o próprio Engels
na sua correspondência dos seus últimos anos de vida, foram criativos em
imaginar algumas saídas para aquilo que poderia se tornar um estagnante
modelo de determinação absoluta.
Comentário:
Não é que
foram criativos, o fato é que foram refutados, e foram obrigados, para
manter a "teoria" viva, a criar artifícios para continuar a mante-la.
Houve
também os que embarcaram na estagnação do determinismo absoluto, muitas
vezes impondo esta idéia e eliminando evidências relativizadoras a
golpes de martelo, como foi o caso de Joseph Stalin, que na fase de seu
exercício ditatorial mais férreo impôs à historiografia russa o modelo
único e inquestionável da sucessão unilinear de cinco modos de produção.
Por outro lado, as relativizações da noção de determinismo econômico foram mais ricas.
Devemos
entender dois tipos de determinismo que são sugeridos pelo materialismo
histórico, para analisar por partes esta questão.
Há, de um lado,
um determinismo diacrônico, que seria aquele de acordo com o qual se
diz que uma determinada estrutura social fatalmente resultará em outra
(por exemplo, o modo de produção feudal necessariamente conduz ao modo
de produção capitalista, e o modo de produção capitalista
necessariamente conduz ao modo de produção socialista, sem reversões
possíveis, atalhos, ou variações).
Comentário;
Temos ai
mais uma vez a amnésia marxista ao ignorar a existência de toda uma
época histórica, o Mercantilismo, na história da humanidade!
Para o marxista o feudalismo desemboca direto no capitalismo!
O
período mercantilista que vai de 1500 a 1800 com toda a sua estrutura
colonial escravocrata e mercantil não existe para a história marxista!
Esse fato é um dos maiores absurdos do marxismo.
Alem
disso, como a história demonstrou, o capitalismo não levou ao
socialismo, as grandes nações capitalistas estão ai até hoje, pelo
contrário, as nações que implantaram o socialismo, como Rússia e China, é
que voltaram a ser capitalistas !
E há, de outro lado, o
que denominaremos determinismo sincrônico, que corresponde à idéia de
que existe certa base que condiciona ou determina uma certa
superestrutura.
As perguntas que se colocam relacionam-se à
intensidade e à natureza da determinação que é imposta sobre a
superestrutura pela base econômica (havendo, aliás, variações
relacionadas ao que estaria de fato incluído na base).
Também se
colocam outras perguntas, que se referem a possíveis influências da
superestrutura sobre a base, ou sobre a relativa autonomia de alguns
aspectos da superestrutura.
Comentário:
Se ELES SABEM que
existem influências da superestrutura na base econômica... continuar a
sustentar o materialismo histórico é um ato de extrema má fé.
Existem
diversas passagens em Marx ou Engels que abordam o determinismo
sincrônico, isto é, o determinismo que emana das bases materiais e
econômico-sociais de uma sociedade e que resulta no surgimento de uma
superestrutura correspondente, na qual se incluirão todas as maneiras de
pensar e formas de expressão cultural como a arte, as concepções
filosóficas, os padrões de sociabilidade, a ideologia, e assim por
diante.
Em certa passagem de O 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852 e
2009), que é uma obra na qual Marx procura empreender uma análise
histórica específica, encontraremos as seguintes palavras:
“Sobre
as diversas formas de propriedade e sobre as condições sociais de
existência, ergue-se toda uma superestrutura de sensações, ilusões,
modos de pensar e de visões da vida diversos e formados de um modo
peculiar.
A classe inteira os cria forma-os a partir de sua bases materiais e das relações sociais correspondentes.
O
indivíduo isolado, a quem afluem por tradição e educação, pode imaginar
que constituem os verdadeiros princípios determinantes e o ponto de
partida do seu agir” (MARX, 2009: 242-2434).
Comentário:
O que Marx disse acima ele disse sem nenhuma demonstração científica, é apenas uma opinião.
Se
ele tivesse usado um pouco da realidade ele teria constatado que a
causa que provocou o fim do feudalismo e o início do mercantilismo NÃO
FOI material, mas sim FILOSÓFICA, foi o RENASCIMENTO que estabeleceu as
bases filosóficas e cientificas para a subsequente mudança na sociedade
como um todo de feudal para mercantil.
Esta passagem
sugere que a base da qual parte o condicionamento incorpora tanto as
“condições materiais” como as “relações sociais” e as “formas de
propriedade”. Trata-se de uma base econômico-social, e há algo que dela
fica de fora, que é determinado por este núcleo socioeconômico, e que
corresponde a uma superestrutura relativa ao âmbito das idéias e das
formas de sensibilidade.
Já em um texto publicado sete anos depois –
este de natureza econômica (e não mais histórica) – aparece outra
referência ao determinismo que posteriormente se tornou uma das mais
citadas passagens de Marx para descrever o processo de condicionamento
da vida social:
“Na produção social da própria
existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias,
independentes de sua vontade; estas relações de produção correspondem a
um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas
materiais.
A totalidade destas ‘relações de produção’ constitui a
estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma
superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas sociais
determinadas de consciência.
O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual.
Não
é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o
seu ser social que determina a sua consciência” (MARX, Contribuição à
Crítica da Economia Política, 1859 e 1977: 24-25g. 3437-1 conta 94-9
598,00).
Neste texto, um prefácio que prepara um ensaio
de Crítica da Economia Política, a base parece convergir para um modo de
produção que corresponderia à maneira como os homens em sociedade se
organizam para produzir a sua vida material.
Comentário;
O autor do artigo está tendo alucinações, ou está com má intenção, está querendo "criar" alternativas que Marx não colocou.
Marx está dizendo exatamente a mesma coisa que disse anteriormente...
A
totalidade dessas “relações de produção”, são palavras de Marx,
constitui a “estrutura econômica da sociedade”, a base sobre a qual se
eleva a “superestrutura”.
São diferenças sutis entre uma passagem e
outra, mas pode-se perceber que aqui a “base” é mais enfaticamente
econômica que social.
Marx fala agora em “relações de produção”, e
não em “relações sociais”, quando pretende delimitar a base
determinante, aqui já explicitada como a “estrutura econômica” da
sociedade (sinônima, no texto, de “modo de produção da vida material”).
Comentário:
O autor do artigo está manipulando e omitindo...
O que Marx disse no texto anterior é bem claro, ele disse:
"A classe inteira os cria forma-os a partir de sua bases materiais e das relações sociais correspondentes."
Antes da "relações sociais" está muito bem frisado por Marx as "bases materias".
Toda a "análise" subsequente do autor é falsa.
O
que fica de fora, agora, e que consiste na superestrutura determinada,
corresponde ao “processo da vida social, política e intelectual”.
Dito
de outra forma, a base encurtou em relação à que era descrita no 18
Brumário, e a superestrutura ampliou-se concomitantemente.
Essas
oscilações entre as várias passagens de Marx e Engels que se referem às
determinações sociais sincrônicas já apontavam para variações que iriam
ser freqüentemente exploradas pelos marxismos subseqüentes.
No
limite, existirão autores que buscarão estender o modo de produção
também aos aspectos culturais, de modo que as determinações e
condicionamentos passarão a ser considerados por dentro do próprio modo
de produção, em um universo mais complexo de interações, e não como
originários de um setor específico – a economia – do qual as demais
instâncias sociais constituirão meros reflexos.
De modo geral, os
resultados das investigações empíricas da História tenderam a favorecer
mais os modelos relativizados de determinismo, que oferecem aberturas
para as complexidades históricas com as quais os historiadores vão se
deparando nos seus processos efetivos de pesquisa, do que os modelos
unilineares e redutores de determinismo.
O quadro 1 procura indicar
as saídas fundamentais que têm sido pensadas por historiadores,
sociólogos e filósofos marxistas no sentido de relativizar a questão do
determinismo.
O ponto zero corresponde ao problema, que é a idéia
de que possa haver uma determinação absoluta de uma base sobre a
superestrutura.
O econômico teria aqui uma primazia, e as normas e cultura desdobrar-se-iam como meros reflexos secundários.
Esta
posição foi radicalizada por alguns marxistas chamados ortodoxos, mas a
verdade é que nos próprios textos de Marx não está muito claro que o
fundador do marxismo tenha sempre acreditado nesse tipo de determinação
absoluta, ou, rico (como o golpe de Luis Bonaparte, por exemplo), para
trabalhar como um historiador o faria pelo menos, existem oscilações
entre uma proposta mais determinista e outras posturas mais flexíveis em
relação a estas questões, sobretudo à medida que a história vivida foi
oferecendo a Marx exemplos concretos, ou nas ocasiões em que ele
precisou se debruçar sobre um problema histórico (como o golpe de Luis
Bonaparte, por exemplo), para trabalhar como um historiador o faria.
Queremos
chamar atenção para os momentos em que Marx e Engels foram levados a
flexibilizar a questão do determinismo – ou em vista de surpreendentes
eventos trazidos pela história-vivida de sua época, ou em função das
imposições da tarefa de escrever alguma obra propriamente
historiográfica, uma tarefa diante da qual a complexidade e
flexibilidade terminam por se impor de um modo ou de outro.
Mas
reconhecer isto, é claro, não significa esquecer os inúmeros outros
momentos em que Marx e Engels expressaram uma posição mais determinista.
Exemplo importante pode ser encontrado na Sagrada Família, obra
escrita pelos dois autores em 1844, particularmente na Glosa Marginal
Crítica n°2 do Capítulo IV (“A Crítica crítica na condição de quietude
do conhecer”). Ali veremos passagens diversas que ilustram posições
deterministas bem demarcadas, entre as quais a que se segue, apenas como
exemplo:
“Sua meta e sua ação histórica [do proletariado]
acham-se clara e irrevogavelmente predeterminadas por sua própria
situação de vida e por toda a organização da sociedade burguesa atual”
(MARX e ENGELS, 2009: 49).
Nesta obra, e em outras, mostra-se
como tangível e irrevogável o movimento do proletariado em direção a
negar a sociedade burguesa de modo a cumprir a sua tarefa histórica de
instituir a sociedade sem classes.
De igual maneira, para citar uma
obra específica de Engels, em 1884 este publicaria A Origem da Família,
da Propriedade Privada e do Estado (2002) – uma leitura da história que
se mostra inegavelmente teleológica, com grande inspiração na
antropologia evolucionista que já ia se desenvolvendo por aquela época, e
que prossegue no projeto de demonstrar a inevitabilidade do
desaparecimento da sociedade de classes e do Estado[2].
Comentário:
É interessante notar a total alienação do autor ... pois, o que ele está dando como verdade é uma mentira que jamais aconteceu"
Isto
posto, o próprio Engels (1820-1895), cuja vida ultrapassou à de Marx
(1818-1883) em doze anos, já pôde se confrontar em 1890 com novos
questionamentos que o levaram a rever ou aprimorar suas posições frente
ao problema, inclusive considerando o desenvolvimento mais avançado de
um movimento socialista que começara a gerar uma literatura crítica[3] a
respeito.
Daí as cartas a Bloch (1890) e Mehring (1893), nas quais apresenta suas novas posições[4].
Dessa
época data a formulação do que registramos no quadro 1 como a primeira
saída do impasse do determinismo absoluto: a idéia do “determinismo em
última instância”.
Uma passagem extraída de uma das cartas a Mehring
ilustra bem a nova posição assumida por Engels em relação à questão do
determinismo:
Comentário:
Os "intelectuais" marxistas
criam "idéias" a partir de falsas interpretações, o marxismo é uma longa
sequências de mentiras colocadas como "verdades" para justificarem a
mentira subsequente.
“No mais, falta apenas ainda um
ponto que nas coisas de Marx e minhas não foi regularmente destacado de
modo suficiente e em relação ao qual recai sobre todos nós a mesma
culpa. Nós todos colocamos inicialmente – e tínhamos de fazê-lo – a
ênfase principal, antes de mais nada, em derivar dos fatos econômicos
básicos as concepções políticas, jurídicas, e demais concepções
ideológicas, bem como os atos mediados através delas.
Com isto, negligenciamos o lado formal em função do conteúdo: o modo e a maneira como essas concepções surgem.
Isso deu aos adversários um belo pretexto para erros e deformações / [...] /
Aqui
[nos detratores do Materialismo Histórico] está subjacente a concepção
vulgar, não-dialética, de causa e efeito como pólos opostos de modo
rígido, com o esquecimento absoluto da interação. Esses Senhores
esquecem com freqüência e quase deliberadamente que um elemento
histórico, uma vez posto no mundo através de outras causas, econômicas,
no final das contas, agora também reage sobre a sua circunstância e pode
reatroagir até mesmo sobre as suas próprias causas” (ENGELS, Carta a
Mehring, 1893 e 1984: 465-466)[5]
Comentário:
Estúpidos... cometem erros grosseiros, são refutados, mas não perdem a soberba.
Posição
antípoda em relação à de “determinação em última Instância” é a idéia
de “superdeterminação” (ou sobredeterminação), sustentada pelo filósofo
franco-argelino Louis Althusser (item 6). Althusser, em seu ensaio
intitulado Contradição e Superdeterminação (1960 e 1967), havia
introduzido no marxismo estruturalista francês o conceito de
“superdeterminação” de modo a adotar um modelo mais complexo de
casualidade múltipla, tal como o que já vinha sendo empregado na
Psicanálise, mas agora pensado como também aplicável a situações
históricas e políticas. Em tal modelo, os princípios fundamentais do
Materialismo Histórico parecem se esboroar: as determinações se invadem a
cena de todos os lados, um tanto desordenadamente, e “os problemas do
materialismo histórico e cultural são deixados sem solução, assim como
embaralhados e elididos” (THOMPSON, 2001: 256).
Por outro lado, Louis
Althusser é acusado de ter difundido em outras obras uma concepção
bastante mecanizada em torno da mesma metáfora sobre base (vista como
infraestrutura) e superestrutura.
Edward Thompson (1924-1993) dirige
severas críticas às concepções de Althusser no ensaio “A Miséria da
Teoria ou Um planetário de Erros” (1981), embora também desfeche
contundentes críticas ao stalinismo, ao qual oporá à noção de
“socialismo humanista” (1957).
Para Thompson, ao dialogar de modo
equivocado com o estruturalismo, Althusser teria negado o papel ativo
dos homens na história, concebendo-os como meros reflexos ou
desdobramentos da estrutura.
Também contra Althusser partem
vigorosas críticas de Pierre Vilar, em um artigo que escreveu em 1973
para a Revista dos Annales, intitulado “Histoire Marxiste, histoire em
construction – Essai de dialogue avec Althusser”.
Tivemos ai
mais um exemplo da total ausência de realidade empírica que alimenta a
alienação marxista e sustenta o "materialismo histórico"..
.
Notas.
[1]
Algumas das correspondências que documentam estas preocupações podem
ser indicadas. A Carta de Engels a Bloch, datada de 21 de setembro 1890;
a Carta de Engels a Mehring, datada de 14 de julho de 1893, as Cartas a
Schmidt, de 1890, e as Cartas a Starkenburg, de 5 de janeiro 1894. Ver
FERNANDES (org.), 1984: 455-471.
[2] A Origem da Família, da
Propriedade Privada e do Estado busca estabelecer um profícuo diálogo
com as pesquisas e reflexões de Lewis Henry Morgan (1818-1881),
antropólogo norte-americano que desenvolveu pesquisas de campo entre os
índios iroqueses e que publicou em 1877 um livro intitulado “Sociedade
Antiga – ou: investigações sobre as linhas do progresso humano desde a
selvageria, através da barbárie,até a civilização”.
[3] Sobre isso, ver o artigo de Eric Hobsbawm intitulado “O Doutor Marx e seus críticos vitorianos” (2000: 281-292).
[4]
É verdade que as oscilações e hesitações de Engels em relação à questão
do determinismo prosseguem, e em 1892 ele publicará uma nova edição de A
Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado.
[5] É
importante refletir, igualmente, sobre o contexto que permeia estas idas
e vindas de Marx e Engels em torno da questão do determinismo, suas
hesitações, as contradições várias que aparecem no confronto entre seus
escritos.
Marx e Engels tinham se lançado, já nas suas primeiras
obras, a um árduo combate contra as concepções idealistas, de modo que
se viram diante da imposição de supervalorizar o papel desempenhado
pelos fatores econômicos.
Por outro lado, o último Engels já se
coloca diante da tarefa de produzir e oferecer textos didáticos, e mesmo
doutrinários, aos movimentos de trabalhadores socialistas do final do
século, como é o caso, por exemplo, da obra Do Socialismo Utópico ao
Socialismo Científico (1880).
Esta dupla tarefa de combate ao
idealismo e de liderança militante, mediada pelas variações contextuais
de sua conturbada época e também por novas intertextualidades em relação
ao trabalho dos historiadores e antropólogos, deixa entrever o sutil
jogo de tensões que preside esta dinâmica de recrudescimento ou
flexibilização da proposta determinista de Engels e Marx.
***