4 de setembro de 2012

O Instituto Mises foi roubado por anarquistas e eles estão transformando Mises em anarco-capitalista. Esta é uma enorme ofensa a memória de Mises.

O Instituto Mises norte-americano, o instituto Mises brasileiro (IMB) e de outras nações, foi tomado de assalto, ocupado e roubado por anarquistas e libertários [da mesma forma que a Wikipédia foi tomada e ocupada também por eles], e eles estão tentando MUDAR O QUE MISES FALOU, estão tentando transformar Mises em libertário e defensor da liberalização das drogas.

E para atingir esse objetivo, da mesma forma que marxistas agem, estão maquiando e desconstruindo o texto de Mises.

O que está acontecendo no IMB é um descalabro e uma ofensa a obra de Mises...

Sei por experiência anterior que será praticamente impossível reverter isso, pois quando essa turma invade uma instituição eles formam panelas e bloqueiam qualquer tentativa de retira-los do comando, só saem a força, como foi feito na Guerra Civil Espanhola, mas, denunciar isso podemos.

Vou relatar a a seguir a alegação de um deles, colocando uma frase de Mises maquiando-a como se tivesse sido uma afirmação de Mises no livro "Liberalism".
Para refuta-lo eu coloquei todo o texto onde a frase está inserida.
Na introdução e no final também fiz comentários.

Frase colocada como argumento pelo anarquista:

"Mises disse:
"The alcoholic and the drug addict harm only themselves by their behavior; the person who violates the rules of morality governing mans life in society harms not only himself, but everyone.""



Minha resposta:
Você só leu essa frase colocada por trapaceiros na Internet mas não o livro inteiro !
Essa frase é uma das 4 possibilidades que Mises coloca para sua análise com respeito ao que a sociedade deve fazer em relação ao alcoolismo e drogas.
A conclusão de Mises quanto a isso está mais abaixo no texto.
Já que você só leu essa frase eu vou colocar o texto completo de Mises no livro para aclarar tuas idéias - leia e tome conhecimento do que Mises dizia:

"What concerns us here is something quite different, namely, the question whether people whose actions endanger the continued existence of society should be compelled to refrain from doing so.

- The alcoholic and the drug addict harm only themselves by their behavior; the person who violates the rules of morality governing man's life in society harms not only himself, but everyone.
- Life in society would be quite impossible if the people who desire its continued existence and who conduct themselves accordingly had to forgo the use of force and compulsion against those who are prepared to undermine society by their behavior.
- A small number of antisocial individuals, i.e., persons who are not willing or able to make the temporary sacrifices that society demands of them, could make all society impossible.
- Without the application of compulsion and coercion against the enemies of society, there could not be any life in society.

We call the social apparatus of compulsion and coercion that induces people to abide by the rules of life in society, the state; the rules according to which the state proceeds, law; and the organs charged with the responsibility of administering the apparatus of compulsion, government.

There is, to be sure, a sect that believes that one could quite safely dispense with every form of compulsion and base society entirely on the voluntary observance of the moral code. The anarchists consider state, law, and government as superfluous institutions in a social order that would really serve the good of all, and not just the special interests of a privileged few.
Only because the present social order is based on private ownership of the means of production is it necessary to resort to compulsion and coercion in its defense. If private property were abolished, then everyone, without exception, would spontaneously observe the rules demanded by social cooperation.

It has already been pointed out that this doctrine is mistaken in so far as it concerns the character of private ownership of the means of production. But even apart from this, it is altogether untenable.
The anarchist, rightly enough, does not deny that every form of human cooperation in a society based on the division of labor demands the observance of some rules of conduct that are not always agreeable to the individual, since they impose on him a sacrifice, only temporary, it is true, but, for all that, at least for the moment, painful.

But the anarchist is mistaken in assuming that everyone, without exception, will be willing to observe these rules voluntarily.
There are dyspeptics who, though they know very well that indulgence in a certain food will, after a short time, cause them severe, even scarcely bearable pains, are nevertheless unable to forgo the enjoyment of the delectable dish.

Now the interrelationships of life in society are not as easy to trace as the physiological effects of a food, nor do the consequences follow so quickly and, above all, so palpably for the evildoer.

Can it, then, be assumed, without falling completely into absurdity, that, in spite of all this, every individual in an anarchist society will have greater foresight and will power than a gluttonous dyspeptic? In an anarchist society is the possibility entirely to be excluded that someone may negligently throw away a lighted match and start a fire or, in a fit of anger, jealousy, or revenge, inflict injury on his fellow man? Anarchism misunderstands the real nature of man. It would be practicable only in a world of angels and saints.

Liberalism is not anarchism, nor has it anything whatsoever to do with anarchism.

The liberal understands quite clearly that without resort to compulsion, the existence of society would be endangered and that behind the rules of conduct whose observance is necessary to assure peaceful human cooperation must stand the threat of force if the whole edifice of society is not to be continually at the mercy of any one of its members.
One must be in a position to compel the person who will not respect the lives, health, personal freedom, or private property of others to acquiesce in the rules of life in society."


TRADUÇÃO


"A questão da compulsão realmente responde o propósito, nestes casos, deve reservar para posterior consideração.
O que nos interessa aqui é algo completamente diferente, ou seja, a questão de saber se as pessoas cujas ações põem em perigo a sobrevivência da sociedade devem ser compelido a se abster de fazê-lo.
- O alcoólatra e viciado em drogas prejudicam apenas a si mesmos pelo seu comportamento, a pessoa que viole as regras da moralidade que regem a vida do homem na sociedade, não só prejudica a si mesmo, mas todos.
- Vida em sociedade seria impossível se as pessoas que desejam a sua existência e que têm uma conduta em conformidade teve de renunciar ao uso da força e da coação contra aqueles que estão dispostos a minar a sociedade pelo seu comportamento.
- Um pequeno número de indivíduos anti-sociais, ou seja, pessoas que não desejam ou são capazes de fazer os sacrifícios temporários que a sociedade exige delas, poderia fazer toda a sociedade impossível.
- Sem a aplicação de compulsão e coerção contra os inimigos da sociedade, não poderia haver qualquer vida em sociedade.

Chamamos o aparato social de compulsão e coerção que induz as pessoas a respeitar as regras da vida em sociedade, ao Estado, as regras segundo as quais as receitas do Estado, Direito e os órgãos com a responsabilidade de administrar o aparelho de compulsão, governo.

Há, com certeza, uma seita que acredita que se pode com bastante segurança dispensar toda a forma de compulsão na sociedade e base inteiramente no cumprimento voluntário do código de moral.
Os anarquistas consideram o estado, direito e instituições do governo como supérfluos em uma ordem social que serve realmente o bem de todos, e não apenas os interesses especiais de uns poucos privilegiados.
Só porque a atual ordem social baseada na propriedade privada dos meios de produção é necessário recorrer a compulsão e coerção em sua defesa.
Se a propriedade privada fosse abolida, então todos, sem exceção, teriam espontaneamente observar as normas exigidas pela cooperação social.

Já foi apontado que esta doutrina é errada na medida em que se trata do caráter da propriedade privada dos meios de produção.
Mas, mesmo para além deste, é completamente insustentável.

O anarquista, com razão não nega que toda forma de cooperação humana em uma sociedade baseada na divisão do trabalho exige a observância de algumas regras de conduta que nem sempre são agradáveis ao indivíduo, pois impõe-lhe um sacrifício, só temporária, é verdade, mas, para todos os que, pelo menos para o momento, doloroso.

Mas o anarquismo está enganado ao supor que todos, sem exceção, estarão dispostos a observar essas regras voluntariamente.
Há dispépticos que, embora saibam muito bem que a indulgência de um determinado alimento irá, após um curto período de tempo, causar-lhes graves, até mesmo dores mal suportável, são, todavia, incapaz de renunciar à fruição do prato delicioso.

Agora, as inter-relações da vida em sociedade não são tão fáceis de rastrear como os efeitos fisiológicos de um alimento, nem as consequências daí tanta rapidez e, acima de tudo, de modo palpável para o malfeitor.

Pode, então, ser assumida, sem cair completamente no absurdo, que, apesar de tudo isso, cada indivíduo em uma sociedade anarquista terá maior visão e força de vontade que um dispépticos gulosa?
Em uma sociedade anarquista é a possibilidade de ser inteiramente de excluir que alguém possa negligência jogar fora um fósforo aceso e iniciar um incêndio, ou, num acesso de raiva, inveja ou vingança, infligir ferimentos em seu companheiro?

O anarquismo não entende a verdadeira natureza do homem.
Seria possível apenas em um mundo de anjos e santos.


Liberalismo não é anarquismo, nem tem absolutamente nada a ver com o anarquismo.

O liberal entende claramente que, sem recorrer à compulsão, a existência da sociedade estaria em perigo e que por trás das regras de conduta cuja observância é necessária para assegurar a cooperação humana pacífica deve permanecer a ameaça da força, se todo o edifício da sociedade não está a ser continuamente à mercê de qualquer um dos seus membros.

Ele deve estar em uma posição para obrigar a pessoa que não respeita a vida, a saúde, a liberdade pessoal ou a propriedade privada dos outros a concordar com as regras da vida em sociedade.

Ludwig von Mises, Liberalism.


Era isso o que Mises dizia.
E o que VOCÊ prega aqui no Instituto que leva o nome dele É UMA OFENSA a obra de Mises.

Um Instituto que era para ser LIBERAL - DA FORMA QUE MISES ENTENDIA O QUE É SER LIBERAL - não o é, foi tomado de assalto por anarquistas e libertários que nada tem a ver com a obra de Mises.

Isso que estão fazendo aqui no IMB é um descalabro - estão DESVIRTUANDO A OBRA DE MISES - estão tentando passar a informação que Mises era libertário !

Eu acabei de colocar a palavra de Mises:

LIBERALISMO NÃO É ANARQUISMO, NEM TEM ABSOLUTAMENTE NADA A VER COM O ANARQUISMO.
O LIBERAL ENTENDE CLARAMENTE QUE, SEM RECORRER À COMPULSÃO, A EXISTÊNCIA DA SOCIEDADE ESTARIA EM PERIGO E QUE POR TRÁS DAS REGRAS DE CONDUTA CUJA OBSERVÂNCIA É NECESSÁRIA PARA ASSEGURAR A COOPERAÇÃO HUMANA PACÍFICA DEVE PERMANECER A AMEAÇA DA FORÇA
.


Essa era a opinião de Mises.
E o "pessoal daqui" do IMB está tentando mudar isso e colocando opiniões QUE NÃO SÃO DE MISES aqui neste local.
Isto é uma ofensa a Mises.


***

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