9 de dezembro de 2012

Comentando o artigo no The Economist sobre a economia brasileira e a ação da presidenta Dilma Rousseff.

Artigo no The Economist sobre a economia brasileira e a ação da presidenta Dilma Rousseff.



Brazil’s economy
A breakdown of trust
If she wants a second term, Dilma Rousseff should get a new economic team
Dec 8th 2012 | from the print edition


JUST two years ago, when Dilma Rousseff was elected Brazil’s president, the country’s economy was booming. It then ground to a halt and is now struggling to recover. Despite increasingly frantic official efforts at stimulation, the moribund creature grew by only 0.6% in the third quarter—half the number forecast by Guido Mantega, the finance minister. Most market analysts now expect GDP growth to be less than 1.5% this year and not much more than 3% next year. 
So much for the notion that the B in the BRICs is a speedy economy.

The motors of growth that powered Brazil in the past decade are sputtering. Prices of commodity exports, though still high, are no longer rising. Consumers are using more of their income to pay off the loans with which they had bought cars and televisions. Low unemployment means there are fewer idle hands to be put to work. Instead of relying on consumption, growth now has to come from higher productivity and investment. 
That means hacking away at the “Brazil cost”: the combination of red tape, heavy taxes, expensive credit, creaking infrastructure and an overvalued currency that makes it a punishingly expensive country to do business in.

Ms Rousseff has recognised the need to improve competitiveness. 
Her economic team says its aim is to prompt a supply-side, investment-led recovery. 
In the past 15 months the Central Bank has slashed interest rates by 5.25 percentage points, to 7.25% (only two points above inflation). 
That has helped to weaken the currency and help manufacturers. 
The government has cut payroll taxes for industry (but not most services). It is also slashing electricity tariffs and inviting private operators to upgrade airports, roads and railways.

Despite all this, investment has fallen in each of the past five quarters. It now amounts to just 18.7% of GDP, against 30% in Peru in 2011 and 27% in Chile and Colombia—Latin America’s new high-growth economies.

Business is cautious because the government meddles too much. A prime example is its apparent desire to drive down the return on investment by diktat, not just for banks but also for electricity companies and other infrastructure-providers. Even more than her predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, Ms Rousseff seems to believe that the state should direct private investment decisions. Such micro-meddling undermines trust in macroeconomic policy as well.

Stop meddling and let animal spirits roar

The Central Bank may be tempted to react to the latest figures with another interest-rate cut. That would be a mistake. Instead the government should redouble efforts to cut the Brazil cost—by, for instance, tackling labour laws—and thus letting the private sector’s animal spirits roar. The worry is that the president herself is meddler-in-chief. But she insists she is pragmatic. If so, she should fire Mr Mantega, whose over-otimistic forecasts have lost investors’ confidence, and appoint a new team capable of regaining the trust of business.

Ms Rousseff’s hope seems to be that full employment and rising real wages will be enough to secure her a second term in 2014. But these depend on renewed growth. Lula won a second term because his policies lifted millions of Brazilians out of poverty. The electorate similarly rewarded Fernando Henrique Cardoso, Lula’s predecessor, because he slew inflation. And Ms Rousseff? Voters may judge that in trying to juggle so many economic balls, she dropped most of them.

http://www.economist.com/news/leaders/21567942-if-she-wants-second-term-dilma-rousseff-should-get-new-economic-team-breakdown-trust


TRADUÇÃO

A economia do Brasil
Uma quebra de confiança
Se quiser um segundo mandato Dilma Rousseff deverá compor uma nova equipe econômica.
08 de dezembro de 2012 

Apenas dois anos atrás, quando Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, a economia do país estava crescendo. 
Ela agora está paralisada e está lutando para se recuperar. 
Apesar dos cada vez mais frenéticos esforços oficiais de estimulação, a criatura moribunda cresceu apenas 0,6% no trimestre que é a metade do número do valor previsto para o terceiro trimestre por Guido Mantega, ministro da Fazenda. 
A maioria dos analistas de mercado esperam agora que o crescimento do PIB deva ser inferior a 1,5% este ano e não muito mais do que 3% no próximo ano. 
Chegamos a conclusão que o B dos BRICs é uma "economia rápida".

Os motores de crescimento que alimentaram o Brasil na última década estão soltando faiscas...
Os preços das exportações de commodities, embora ainda elevados, não estão mais crescendo. 
Os consumidores estão usando mais de sua renda para pagar os empréstimos com os quais eles haviam comprado carros e televisões. 
Baixo desemprego significa que existem menos mãos ociosas para ser posto a trabalhar. 
Em vez de depender do consumo, o crescimento agora tem de vir de uma maior produtividade e investimento. 
Isso significa mexer no "custo Brasil": uma combinação de burocracia, impostos pesados, crédito caro, precária infra-estrutura e uma moeda sobre valorizada que torna o torna (o Brasil) um país dispendiosamente caro para se fazer negócios.

Dilma reconheceu a necessidade de melhorar a competitividade.
Sua equipe econômica diz que seu objetivo é levar a uma recuperação do investimento ao lado da oferta.
Nos últimos 15 meses, o Banco Central reduziu os juros em 5,25 pontos percentuais, para 7,25% (apenas dois pontos acima da inflação). 
Isso ajudou a enfraquecer a moeda e ajudou a industria. 
O governo cortou impostos sobre os salários para a indústria (mas não a maioria dos serviços). 
Também está cortando tarifas de energia elétrica e convidando os operadores privados para atualizar aeroportos, estradas e ferrovias.

Apesar de tudo isso, o investimento caiu em cada um dos últimos cinco trimestres. 
Atualmente equivale a apenas 18,7% do PIB, contra 30% no Peru em 2011 e 27% no Chile e Colômbia, economias latino-americanas com alto crescimento.

Os investidores estão cautelosos porque o governo se mete demais nos negócios. 
Um bom exemplo é o seu aparente desejo de reduzir o retorno sobre o investimento por "diktat", não só para bancos, mas também para as empresas de energia elétrica e outras de infra-estrutura e fornecedores.
Ainda mais do que o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff parece acreditar que o Estado deve direcionar as decisões do investimento privado. 
Tal micro intromissão mina a confiança na política macroeconômica.

Deve parar de se intrometer e deixar os instintos de mercado atuarem.

O Banco Central pode ser tentado a reagir aos últimos dados com um outro corte da taxa de juros. 
Isso seria um erro. 
Em vez disso o governo deveria redobrar os esforços para reduzir o custo Brasil, por exemplo, a luta contra as leis de trabalho e, assim, permitindo que o setor privado funcione com as leis de mercado.
A preocupação é que o presidente é uma intrometida-em-chefe. 
Mas ela insiste que é pragmática. 
Se assim for, ela deve exonerar Mantega, cujas previsões em demasiado otimistas perderam a confiança dos investidores, e nomear uma nova equipa capaz de recuperar a confiança dos negócios.

A esperança de Rousseff parece ser a de que o pleno emprego e o aumento dos salários reais será o suficiente para garantir-lhe um segundo mandato, em 2014. 
Mas estas dependem de um crescimento renovado. Lula ganhou um segundo mandato por causa de suas políticas tiraram milhões de brasileiros da pobreza.
O eleitorado também recompensou Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Lula, porque acabou com a  inflação. 
E Dilma Rousseff? 
Os eleitores podem julgar que, na tentativa de conciliar tantas bolas econômicas, ela deixou cair a maioria deles.


Comentário:

Lula não ganhou a eleição porque tirou milhões da pobreza, isso não é verdade, eles continuam na pobreza, só que agora recebem o Bolsa Família de 90 reais.
A "classe C" brasileira surgiu no lugar da expropriada e extinta "burguesa" classe A/B brasileira, é só ver os gráficos de 1990 para cá para ver o cruzamento das linhas descendente e ascendente, então, o que aconteceu foi que os antigos empregados das estatais foram mandados embora e nas empresas privatizadas foram colocados três jovens empregados no lugar de um dos antigos ganhando 1/3 do salário anterior.
Portanto, o surgimento da classe C não aconteceu por ação de Lula, ela foi uma consequência da privatização das estatais e vem acontecendo desde 1990.
Mas, acho que o The Economist sabe disso tudo, a referência ao que Lula supostamente fez, parece ser apenas uma trapaça diplomática.

Quanto a presidenta (eu sei que não existe contração de gênero neste caso, mas, a presidenta faz questão de ser chamada de presidenta - com A no final, então, vamos atender a vontade da presidenta...), ela tem um ministério majoritariamente socialista, ela própria é declaradamente socialista..
Em vista disso, acho estranho economistas e comentaristas econômicos analisarem a situação econômica como se estivéssemos com liberais no comando do Brasil !
O pessoal todo que está no governo tem na cabeça o socialismo e não o liberalismo, na verdade, o sonho deles é acabar com a sociedade liberal e implantar o socialismo.

Os economistas, comentaristas, e até mesmo o The Economist, deveriam reler o manual básico do pessoal que governa o Brasil atual - O Manifesto Comunista, nesse manifesto Marx colocou as 10 providências que os marxistas/comunistas deveriam seguir quando tomassem o poder... leiam lá, e verão que, na medida do possível, uma vez que não estamos numa ditadura do proletariado, eles estão tentando fazer aos poucos o que está ordenado por Marx no Manifesto.

Florestan Fernades
foi o principal professor da maioria dos que governam o Brasil

E todas as "conversas sérias" que se vê na TV brasileira sobre a economia do Brasil é pura hipocrisia, a não ser que tais comentadores apenas estejam fazendo uma boquinha na TV, ou sejam completos ignorantes e ignorem história, socialismo, marxismo cultural, desconstrucionismo, e ação revolucionária comunista.


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