1 de novembro de 2014

Qual a diferença entre o antigo ORKUT, o Google+, o Facebook e o Whatsapp ?



Essa questão é interessante porque envolve o comportamento das pessoas e a criatividade dos desenvolvedores de softwares para redes sociais.

O ORKUT foi o primeiro e único, não existe nada igual ao OEKUT.
Uma característica do ORKUT  era que quando entrávamos na rede entrávamos "dentro" dela, era como se estivéssemos entrando em casa, sabíamos onde estava tudo e acessávamos a tudo com facilidade, os scraps, os vídeos, os amigos, as comunidades, tudo estava bem visualizado e a um toque, o ORKUT era uma interface amigável

O ORKUT não tinha o enorme espaço no topo da página reservado para uma grande foto para "representar" a pessoa como tem no Google+ e no Facebook, o ORKUT tinha só a foto da pessoa do lado esquerdo e um "menu" no topo de onde se acessava todas as possíveis operações com facilidade, a grande foto no topo da página que existe no Google+ e no Facebook tiraram essa facilidade de acesso e as empurraram pata os cantos.

As comunidades do ORKUT eram tratadas com seriedade e importância, bem diferente dos Grupos do Facebook que só existem para dizer que tem.
As comunidades do ORKUT eram a sua parte mais importante, ao contrário do Facebook onde os Grupos são simples acessório, a parte mais importante do Facebook é a sua "Linha do tempo" onde todos mostram tudo de si e dos outros.
Os Grupos do Facebook não tem organização, as pessoas vão criando itens e estes itens vão sendo empurrados para o "fundo" da linha onde se perdem para sempre, por causa disso para um mesmo assunto são criados n itens uma vez que é por demais trabalhoso percorrer a "descida" no "poço" de itens já criados, enche o saco ficar procurando, além disso não existe nos Grupos do Facebook uma divisão estética que marque bem o início de um item.
Nas comunidades do ORKUT existiam as páginas do "Fórum" onde todos os Tópicos criados eram relacionados  pelo nome, autor e data da criação, era muito fácil percorrer a lista para ver se já existia um Tópico com o assunto que queríamos discutir.
Era só clicar e estávamos dentro do tópico.

Essa diferença fundamental fez do ORKUT único como rede social de debates, o Facebook não é uma rede social de debates, é uma rede social para as pessoas se mostrarem, ou o mais que fazem - desabafarem.

A garotada não está mais no Facebook, foram embora, entre a garotada o Facebook é lugar de "veio".
Não é bem assim, claro, mas, eles tem um pouco de razão, o Facebook está apinhado de pessoas entre 35 anos a 55 anos, em especial mulheres, em particular mulheres separadas, a maioria dos homens que estão no Facebook estão lá por causa delas...

Para as mulheres separadas, que vivem sozinhas ou com os filhos, o Facebook funciona como uma "família", existem mulheres no Facebook que tem milhares de "amigos"! É um "mundo da fantasia", mas que lhes dá algum amparo.

Sei de muitas que de repente se revoltam com o Facebook, param de entrar no Facebook, só por uns dias, logo a raiva passa e voltam.
Algumas não, deletam mesmo.

Os homens não, ficam ali que nem jacaré na beira do rio a espera de uma "vítima" para comer.
As mulheres facebookeanas sabem disso!
E por isso as relações por um bom tempo são pautadas pela desconfiança, e na maioria das vezes dão em nada.

Para definir o que o Facebook é não podemos usar apenas uma qualificação...

O Facebook pode ser um "Muro das Lamentações", ou melhor, um mural de lamentações.
As pessoas estão cheias de problemas, estão com dívidas, sendo cobradas, estão com problemas no relacionamento, problemas no trabalho, problemas na família... para muitos, o Facebook é uma "válvula de escape" para essas atribulações, a noite quando está em casa a pessoa vai a procura, entre as milhões que existem, de uma foto com dizeres que se adéquam a situação do dia, e acha uma foto qualquer com os dizeres:
      "Eu sou uma guerreira!  Não vou desistir"
ou,  "Desistir é para os covardes."
e está feito o desabafo.
O Facebook também é um excelente local para as pessoas aplicarem "lição de moral" nas demais!
Existem milhões de fotos com dizeres para atender a essa necessidade de "lavar o ego" e dizer aos demais como são altruístas e morais, basta postar uma foto dessas e pronto!  Está dado o recado!


O Facebook é o paraíso dos revoltados contra a espécie humana!
O que tem de gente no Facebook mostrando vídeos de animais praticando amizade é enorme!  Tudo para mostrar o quanto os animais são melhores que o ser humano...
Isso nada mais é que uma revolta contra a vida, contra a dureza da vida, contra as adversidades que os seres humanos enfrentam, e para enfrentá-las usam de todos os meios possíveis, inclusive desonestos.  E existem pessoas que tem medo disso, por isso desabafam mostrando que os animais "são melhores que os seres humanos".
É uma nova forma de "espiritualismo", uma nova busca de 'salvação".


O Facebook é o portal do "humanistas e ambientalistas"!
No Facebook todas essas milhões de abnegadas criaturas podem mostrar todo o seu altruísmo.


Por isso o Facebook criou o termo "compartilhar" em lugar de "mostrar" ou "divulgar', que seriam os termos corretos, quando uma pessoa coloca uma foto dela na rede ela não está se mostrando, ela está compartilhando... é como se ela tivesse tirando pedacinhos da foto e dando aos que a veem, um ato de caridade, como o de Cristo ao compartilhar o pão e o vinho na santa ceia.

Os mais usados são os cães.

Quando entramos no Facebook não é como quando entrávamos no ORKUT... não parece que entramos em casa, pelo contrário, parece que saímos para a rua, para o meio da multidão, parece que entramos em um circo com parque infantil onde todos estão tentando fazer as mesmas coisas!
E o barulho, o estardalhaço, a gritaria é geral!

O Facebook não é um lugar calmo e até certo ponto intelectual como era o ORKUT, o Facebook é agitado e habitado pelo povo, onde a maioria quer pelo menos ser notado, nem que seja de relance.
No Facebook "curtir" é um ato necessário.... não se curti essencialmente porque se gostou, curti-se para ser agradável, social, não porque com isso vamos ter alguma coisa em troca, a não ser talvez uma curtida, mas, com certeza, para que a outra pessoa veja sua curtida, saiba que "você viu" o que ela "compartilhou", ou seja, a "sua amiga", ou, o "seu amigo", é mesmo amigo... ta vendo! eu curti você.
E ficam nisso...

O Google+ é um lugar árido... quando se entra na rede parece que estamos entrando em um deserto, ou em um ambiente gelado, o Google+ parece não ter um propósito definido, a começar pelo nome... "Google+" - qual o significado disso?
Juntaram o nome "Google", que tem um significado,  como site de pesquisa na rede, e não como rede social, o "+", o "plus", mas, mo que isso tem a ver com rede social?

O Facebook tem, o significado é "mostrar fotos", ou, um "livro de fotos", o ORKUT tinha, era o nome do programador que fez o software, e que serviu como uma luva para algo que nunca antes tinha existido!

O Whatsapp tem - o que está acontecendo?
O nome dessa rede de comunicação para celulares é criativo, vem de "What is up?" que é algo como "E ai?", "O que está acontecendo?".
A pronuncia do "up" e do "app" ficam idênticas, e ai está a criatividade, "app" é um aplicativo, foi um trocadilho muito criativo e que pegou!

O "Google+" não pegou como nome, uma enorme falta de criatividade e até mesmo bom senso do Google.
O Google+ tem tudo de ruim que o Facebook tem e nada de bom que o Facebook tem, copiou até a foto do topo para "representar" a pessoa, o que na verdade nada representa.

O Whatsapp tem algo em comum com o ORKUT, quando se entra nele também nos sentimos "em casa", o Whatsapp não é barulhento como o Facebook nem árido como o Google+, é acessível e prático, por isso estourou agora como o ORKUT estourou no passado.

O Facebook e o Google+ precisaram de muita promoção para "pegarem" no gosto das pessoas, o ORKUT e o Whatsapp não, pegaram porque as pessoas se identificaram com eles!

São essas, em resumo, as principais diferenças, na minha opinião, entre estas redes sociais.
Vamos aguardar o que vem pela frente, com certeza virá, pois o Google+ não pegou e o "face" já mostra sinais de esgotamento e banalização.


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